Revista Diário - 4ª Edição - Fevereiro 2015
Revista DIÁRIO -Março 2015 - 81 efetivar o seu projeto no Amapá. Todas as incursões estrangeiras foram rechaçadas pelos portugueses sem gastos muito dispendiosos para a coroa lusitana, até que os franceses surgissem no ce‐ nário com as mesmas pretensões de seus antecessores. Os portugueses então construíram sobre os escom‐ bros do Forte Cumaú, em 1688, a Fortaleza de Santo Antônio, e nesse reduto concentraram suas atenções para uma defesa mais eficaz de suas glebas. Em 1697, tropas francesas de Caiena invadiram e tomaram a fortificação num momento em que os dois lados estavam em trégua. Nesse mesmo ano, os portu‐ gueses comandados por Francisco Fundão formaram uma expedição para expulsar os invasores. Com mais de 300 homens entre soldados e índios posicionados na Ilha de Santana, receberamo apoio de uma tropa chefiada por JoãoMuniz deMendonça. Após combates sangrentos, os portugueses retomaram o forte, levaram os prisioneiros para Belém, de onde fo‐ ram deportados para Caiena. As disputas entre franceses e portugueses – subs‐ tituídos pelos brasileiros após a Independência – pros‐ seguiram e ganharam contornos diplomáticos e geo‐ políticos dramáticos, só resolvidos em 1900 com a as‐ sinatura do Laudo de Berna. Mas a célula embrionária dessa saga se encontra situada no Igarapé da Fortaleza, a cerca de 20 minutos do centro de Macapá, onde al‐ gumas estacas de madeira às margens do Amazonas são os escombros que restam do primeiro atalaia por‐ tuguês no Amapá, pioneiro cão de guarda do setentrião pátrio, há cerca de um século antes da inauguração da Fortaleza de São José hoje mais que bicentenária. ●
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