Revista Diário - 5ª Edição - Abril 2015

Revista DIÁRIO - Abril 2015 - 28 H oje aposentado, Antônio Carlos foi procurado pelo Diário do Amapá para ajudar a decifrar um verdadeiro enigma natural, um lugar bo‐ nito por natureza e que ainda não foi descoberto em sua plenitude para a exploração de seu maravilhoso potencial turístico. Oficialmente a Região dos Lagos abriga a Estação Ecológica do Lago Piratuba, com quase um milhão de hectares. Local extremamente preservado e grande. Lá é encontrada uma única espécie de fla‐ mingo, cujo nome científico é Phoenicopterus‐ru‐ ber, também chamado de Flamingo Americano. A ave migratória que origina suas viagens na Flórida, passa pelo Caribe, Ilhas Galápagos até a costa norte da América do Sul, em especial o Cabo Orange e, cla‐ ro, a Região dos Lagos do Amapá, onde fazem seus ninhais e se reproduzem às centenas. Para Farias, a importância dessa região sob o ponto de vista ambiental é extraordinária. “Ali você tem um grande ecossistema, que poderia muito bem ser chamado de umminipantanal. A Região dos Lagos do Amapá não é só bela pelo seu aspecto vi‐ sual, é um santuário”, diz ele. Como dica ao viajante, diz que se o turista puder fazer um sobrevoo terá fotografias lindas, fantásti‐ cas. “Realmente pela sua importância do ponto de vista do desenvolvimento do turismo devido à fauna que você tem lá, um verdadeiro santuário de diver‐ sas espécies, a Região dos Lagos vale a viagem”, acrescenta. Ele cita o Lago Piratuba, o Lago Duas Bocas, o Lago Novo e o Lago Grande, como princi‐ pais atrativos. Os lagos cortam os municípios de Amapá, Pracuuba, Tartarugalzinho e uma parte de Cutias do Araguari e Ferreira Gomes. AMEAÇA Farias faz uma ressalva. Diz que o ICMBio, o Iba‐ ma antes e o próprio governo do estado têm feito um esforço muito grande para manter a região in‐ tacta. “Ocorre que de uns tempos para cá verifica‐ mos a intensificação da criação de búfalos, chamada bubalinocultura, o que fez com que alguns desses lagos fossem drenados pela ação predatória dos animais que têm hábitos aquáticos e criam verda‐ deiros canais onde as águas salobras da costa se misturam com a água doce e limpa dos lagos”, diz. Ele alerta que se alguma providência não for toma‐ da aquele verdadeiro paraíso poderá ser destruído. O biólogo amapaense Antônio Carlos Farias vai direto ao ponto, quando indagado sobre como definir a Região dos Lagos do Amapá: “É o lugar mais bonito da Amazônia”. E olha que ele fala isso do alto dos mais de 30 anos como profissional ligado às questões ambientais. REGIÃO DOS LAGOS Natureza

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