Revista Diário - 5ª Edição - Abril 2015
D ecerto que foi um avanço; é indiscutível a praticidade, a facilidade que trouxe para a vida de todos. Mas não podemos negar que junto veio a preocupa‐ ção do excesso de exposição nas redes sociais. Quando essa exposi‐ ção atinge os adultos, é uma esco‐ lha, já que podem exercer o direito de suas imagens como bem lhe convir. Agora, quando essa exposi‐ ção é de crianças, há de se ficar atento, já que estão em construto de suas personalidades e necessi‐ tam ser orientadas e amparadas. Percebe‐se que cada vez mais as crianças e adolescentes expõem ou têm suas imagens expostas, atra‐ vés de perfis de redes sociais e de outras ferramentas onlines usadas pelos familiares e amigos. Sabe‐se que registrar, acompanhar e com‐ partilhar as etapas e momentos in‐ teressantes do desenvolvimento dos filhos é motivo de orgulho para os pais. Porém, é imprescindível que os pais tenham cuidado com o tipo de fotos ou vídeos que publi‐ cam na rede, pois correm o risco de que outras pessoas venham a fazer mau uso desses conteúdos. Daí a importância do bom senso na di‐ vulgação da imagem. Muitas vezes, observa‐se vídeos de crianças dançando um hit do momento, de uma música que pos‐ sui uma coreografia hipersexuali‐ zada, e que acaba sendo acessado por usuários que o compartilham em diferentes redes sociais. Nem sempre a intencionalidade das pessoas pode ser positiva, fazendo‐ nos refletir se a divulgação do con‐ teúdo pode ser prejudicial para a criança, quando esse "comparti‐ lhar'' venha a cair em sites crimi‐ nosos. Preconiza o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), em seu art. 241,A: "É crime oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio de comunicação, in‐ clusive rede mundial de computa‐ dores ou internet, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha ce‐ na de sexo explícito ou pornográfi‐ ca envolvendo criança ou adoles‐ cente, sendo esta considerada uma violação de direitos de seres em condição peculiar de desenvolvi‐ mento. Os pais podem não estar in‐ tencionalmente promovendo con‐ teúdos que causem algum cons‐ trangimento ou exposição para a filha, entretanto, ainda que não se‐ jam produzidos para esta finalida‐ de, esses podem ser divulgados em sites de pornografia infantil por usuários mal intencionados''. Evi‐ dentemente que a proibição pode‐ ria trazer alguns prejuízos. Afinal, o mais importante é preparar esse público para lidar com situações de risco que existem sempre den‐ tro e fora do ambiente virtual. Cha‐ mar a atenção para o perigo não é entrar em pânico e deixar os pe‐ quenos inseguros. A base deve ser a orientação e a fiscalização. Não esquecendo que a internet pode ser favorável na questão da socia‐ lização, mas com responsabilidade. E não podemos esquecer que os conteúdos compartilhados são pe‐ renes, já que podem ser comparti‐ lhados por outras pessoas, ficando praticamente impossível de ser re‐ movidos. Desta forma, é importan‐ te que os pais pensem sobre o fato de que daqui a alguns anos seus fi‐ lhos podem ter essas imagens ex‐ postas e não se sentirem confortá‐ veis com isso. A ideia não é deixar de utilizar as ferramentas, mas fa‐ zer boas escolhas para a privacida‐ de das crianças. Por isso, é funda‐ mental que os pais busquem orien‐ tações sobre a possibilidade de uti‐ lizar recursos mais seguros. E as‐ sim, façamos da internet uma alia‐ da e não algo nocivo para ninguém. Uso consciente, sempre! ● Riqueza CláudiaOliveira Psicólogaclínica Aexposiçãocadavezmais precocenas redessociais Hoje, temos uma ferramenta incrivelmente rápida, no que concerne à proliferação de informações, emuma velocidade absurdamente fantástica – a internet Consultório Psiqué Avenida FAB, 1070- Sala 306 Edifício Macapá Office 98127-0195 Revista DIÁRIO - Abril 2015 - 5 Comportamento Muitas vezes, observa-se vídeos de crianças dançando umhit domomento, e que acaba sendo acessado por usuários que o compartilhamem diferentes redes sociais.
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