Revista Diário - 5ª Edição - Abril 2015
N este mês é lançada a primeira edição da versão brasileira do Guia Michelin, uma das publica‐ ções gastronômicas mais importantes do mundo. Críticos anônimos percor‐ reram 145 restaurantes do Rio de Ja‐ neiro e São Paulo, em 2014, e conde‐ coraram 17 deles com suas famosas estrelas. Nenhum restaurante brasi‐ leiro conseguiu as três estrelas, hon‐ raria máxima, mas o Restaurante D.O.M., do renomado chef Alex Atala, chegou perto e faturou duas estrelas. Os demais ficaram com uma estrela. Se a gastronomia atingiu interessante projeção internacional, os vinhos nacio‐ nais também têm conseguido um impor‐ tante espaço no mercado mundial. A principal região vinícola do Brasil está localizada no estado do Rio Grande do Sul. É lá que são produzidos os espu‐ mantes que vêm dando fama e identida‐ de à produção nacional. Além desses, os tintos feitos com a uva Merlot e os bran‐ cos, com a uva Chardonnay, tambémme‐ recem destaque. Meus prediletos são os vinhos feitos com Merlot, da Lídio Car‐ raro e Miolo, e os brancos com Chardon‐ nay, da Casa Valduga. A vinicultura também vem crescen‐ do no estado de Santa Catarina. Dentre suas regiões, vale destacar a Serra Ca‐ tarinense que, com seu clima frio e grande variação de temperatura, propi‐ cia a produção de uvas com grande po‐ tencial de cor e açúcar, com o desenvol‐ vimento de aromas mais finos e delica‐ dos. Os tintos de Pinot Noir e os brancos de Sau‐ vignon Blanc são excelentes opções. Destaco a premia‐ da vinícola Villa Francione e seus maravilhosos vi‐ nhos brancos. A terceira mais importante região vinícola do Brasil é o Vale do São Francisco. A região está lo‐ calizada em pleno sertão, perto de Pe‐ trolina e do município de Casa Nova, no norte da Bahia. O seu clima é marcado por 300 dias de sol por ano, temperatu‐ ra média alta durante todo o ano (o que permite o contínuo desenvolvimento da planta), pluviosidade muito baixa e água para irrigação abundante, graças ao “Velho Chico”. Diferente da produção do Sul, o vinho nordestino é encorpado, vocacionado para os tintos, notadamen‐ te feitos com a casta francesa Syrah e a espanhola Tempranillo. A vinícola Rio‐ sol representa bem a personalidade da região. Esse importante reconhecimento da qualidade da gastronomia brasileira de‐ verá repercutir no universo dos vinhos aqui produzidos, uma vez que amplia a vitrine do mercado para a produção na‐ cional. Com a nossa enogastronomia em alta, temos mais um motivo para tomar boas taças, de preferência com a bebida de procedência tupiniquim. ● Se a gastronomia atingiu interessante projeção internacional, os vinhos nacionais também têm conseguido um importante espaço no mercado mundial. Revista DIÁRIO - Abril 2015 - 57 Vinhos Foto Samuel Silva Gastronomia e vinhos nacionais Coma nossa enogastronomia emalta, temos mais ummotivo para tomar boas taças, de preferência coma bebida de procedência tupiniquim. Brasil Dr. JoséBogéa, advogadoeenófilo ntbog@uol.com.br
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