Revista Diário - 5ª Edição - Abril 2015

conseguir entrar!). É um belo passeio para relaxar en‐ tre as caminhadas dos outros tours. No quinto dia, já mais aclimatados com a altura da região, conhecemos o Salar de Atacama e as Lagunas Al‐ tiplânicas. O Salar de Atacama é omaior depósito salino do Chile. Algumas de suas áreas fazemparte da reserva ecológica Los Flamencos. A região concentra espécies de flamingos e outras aves, como nhandús, gansos, pa‐ tos. Como há uma região demarcada para se caminhar, para não atrapalhar o frágil equilíbrio ecológico do par‐ que, a maioria dos flamingos estavam mais afastados das trilhas. Tive sorte de encontrar ummais extroverti‐ do, ou talvez vaidoso, que estava mais próximo e ficou comendo tranquilamente, posando paraminha câmera. Nas Lagunas Altiplânicas a paisagem já muda bastante. Como elas estão a 4.000metros de altitude, a vegetação é rasteira, por conta de uma gramínea chamada paja brava que forma um tapete dourado, e a essa altura en‐ contramos várias vicunhas. ALagunaMiscanti, umas das duas Lagunas Altiplânicas, é uma das lagoas mais boni‐ tas que já vi naminha vida. A paisagemé simplesmente fantástica: a água é de umazul intenso, e asmargens são brancas, por causa do sal, com suas margens rodeadas como tapete dourado da gramínea. Se as fotos parecem uma pintura, estar lá parecia um sonho. As suas águas refletemo desenho dos vulcões que a cerca. O silêncio é quebrado apenas pelo barulho no vento. O sol já estava nos aquecendo e o frio nem incomodava mais….Que sensação boa estar naquele lugar. A vontade é olhar e olhar, para que aquela imagem se fixe na sua mente e você não se esqueça nunca mais. No retorno passamos na vila de Toconao, onde passeamos umpouco pela pra‐ ça principal, visitamos a igrejinha local e uma casa de artesanatos onde, para minha surpresa, a proprietária possuía uma lhama em seu quintal, e pude acariciá‐la. No sexto dia fugimos dos passeios tradicionais e re‐ solvemos fazer algo mais radical: escalamos um vul‐ cão! O topo do Lascar está a 5.592 metros de altitude, isso quer dizer que o ar é bastante rarefeito. E a subida de 4 horas tem que ser feita no ritmo do guia, pois ao meio dia teríamos que retornar, chegando ou não no seu cume, pois aproximadamente às duas horas da tar‐ de tínhamos que estar no pé do vulcão entrando no carro para retornar, pois os ventos aumentam e há ris‐ co de geadas (acredite, nós pegamos uma, já dentro do carro!). A subida foi um desafio, pela dificuldade para se respirar e pelo frio (a encosta estava coberta de ne‐ ve!) e, apesar de estar preparada fisicamente, várias vezes achei que não conseguiria e pensei em desistir. Meu pai não conseguiu. Mas a chegada é recompensan‐ te: de sua cratera é expelida uma cortina de fumaça que pode ser vista desde San Pedro de Atacama, que en‐ contra‐se a 155 quilômetros de distância. É o mais ati‐ vo ao norte do Chile, tendo uma pequena erupção a ca‐ da 7 dias aproximadamente. Sua última grande erup‐ ção foi em abril de 2006, e sua cratera tem 750 metros de diâmetro e 300 de profundidade. O 7º dia foi reservado para conhecer os Geisers del Tatio. Exige um pouco de disposição: a Van passa nos hotéis recolhendo visitantes às 4h da manhã para se chegar ao amanhecer, horário mais propício para ver as fumarolas. É um dos maiores campos geotérmicos do mundo, com cerca de 80 geisers espalhados em uma grande área, alguns soltando pequena quantida‐ de de vapor e outros, com vapor e água, chegando a 30m de altura. Na parte final do parque, uma piscina natural, adequada para um banho quente! Na volta, passamos pelo povoado de Machuca. Ele foi pratica‐ mente extinto, pois não possui escolas, e as famílias com crianças saem em busca de educação. A região mantém a cultura local. Seus moradores vestem trajes típicos e colocam cruzes coloridas no alto das casas, Revista DIÁRIO - Abril 2015 - 60 Especial

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