Revista Diário - 5ª Edição - Abril 2015
J á virou novela esta história fu‐ rada da Reforma Política que vem sendo debatida no Con‐ gresso Nacional, desde o século passado, resultando sempre em nada, absolutamente nada. Há pre‐ cisamente 15 anos o Senado apro‐ vou uma Reforma Política que atendia plenamente o que hoje o povo está exigindo. A matéria se‐ quer foi apreciada na Câmara dos Deputados. E a explicação para a falta de compromisso com as reais necessidades brasileiras é uma só: contrariava os interesses da gran‐ de maioria dos parlamentares que viam na reforma um obstáculo ao exercício escuso da compra de vo‐ tos, da fraude, do caixa dois e do abuso do poder econômico. Durante asmanifestações de ju‐ nho 2013, quando o povo foi às ruas para exigir mudanças, colocando a Reforma Política como prioridade, no governo e no Congresso Nacio‐ nal o que mais se falou foi de aten‐ der o clamor popular. Falou‐se até emplebiscito para consulta popular em torno da reforma. Nada aconte‐ ceu além de falácia enganosa. Ao assumir a Presidência da Câ‐ mara Federal, o deputado Eduardo Cunha (PMDB‐RJ) colocou na pau‐ ta dos debates a malfadada Refor‐ ma Política. Mais uma vez não hou‐ ve consenso em torno dos pontos polêmicos como o fim do financia‐ mento privado, das coligações pro‐ porcionais, do voto obrigatório e da reeleição para cargos executi‐ vos. Está claro, pois, que governo e Congresso não estão interessados em mudar a legislação eleitoral. Imaginando que o povo é besta e temmemória curta, os líderes dos partidos com representatividade no Congresso Nacional hoje des‐ gastado e reduzido à expressãomí‐ nima, ficam prometendo que a Re‐ forma Política será aprovada até maio deste ano. Para quem não acredita mais nesse blablablá, tem tudo para acreditar que seria... Durante amegamanifestação do dia 15 último, pouco se falou emre‐ forma política. Isso não significa di‐ zer que o povo já perdeu as espe‐ ranças. Ao contrário, os segmentos da sociedade estão prontos a con‐ tribuir com assinaturas para a ela‐ boração de um projeto popular de reforma política, a exemplo do que aconteceu com a Lei das Eleições e a Lei da Ficha Limpa. Para quem pensa que o lema “um por todos e todos por um” continua prevalecendo no PT, seria bom que tirasse “o cavalo da chu‐ va”. E quem manda o lema para as cucuias é a senadora Marta Supli‐ cy (PT‐SP), que após reunir o seu grupo deu o ultimato à presidente Dilma Rousseff, que tem o prazo de 20 dias para solucionar a crise que abala o país. Resta saber o que poderá acon‐ tecer após o fimdo prazo, pois uma crise política, econômica, estrutural e moral, que vem se arrastando há váriosmeses, nemoMandrake con‐ seguiria resolver em período tão curto. E como se não bastasse já es‐ tão programadas duas manifesta‐ ções, para abril, sendo uma dia 12 e, outra, dia 21. Vale lembrar o adá‐ gio popular: Se correr, o bicho pega, se ficar, ele engole. ● Durante a megamanifestação do dia 15 último, pouco se falou em reforma política. Isso não significa dizer que o povo já perdeu as esperanças. Ao contrário, os segmentos da sociedade estão prontos a contribuir com assinaturas para a elaboração de um projeto popular de reforma política, a exemplo do que aconteceu com a Lei das Eleições e a Lei da Ficha Limpa. Jornalista RuyGuarany Jornalista articulista do Jornal Diário do Amapá e Revista Diário Como se não bastasse já estão programadas duas manifestações, para abril, sendo uma dia 12 e, outra, dia 21. Vale lembrar o adágio popular: Se correr, o bicho pega, se ficar, ele engole. Povonas ruas ARTIGO Reforma com leipopular ➹ ● Sessão congressual Revista DIÁRIO - Abril 2015 - 67
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