Revista Diário - 5ª Edição - Abril 2015

A única fonte de alimentação e de exportação que sobressai é a do açaí, cujas plantações são 90% nativas, e assimmesmo sem que haja preocupa‐ ção no sentido de repor as áreas devastadas com a ex‐ ploração do palmito, que é responsável por pelomenos 70% da degradação dos açaizais. Levantamento feito pelo engenheiro agrônomo Au‐ gusto Castro dos Santos Netomostra que, apesar do so‐ lo apropriado para o cultivo da mandioca, em todos os quadrantes do estado, o Amapá importa, principalmen‐ te do Pará, cerca de 80% da farinha consumida pelos amapaenses. “Terras férteis temos de sobra, o que falta é a adoção de políticas para o setor agrícola, regulari‐ zação de terras para garantir acesso a financiamentos e incentivos para os micro, pequenos e médios produ‐ tores. Coma boa qualidade do solo que temos, o Amapá, sem dúvida, pode vir a se tornar um celeiro de alimen‐ tos para o mundo”, acredita Augusto Castro. Outra opção apontada pelo agrônomo é um trata‐ mento especial para a agricultura familiar: “O Amapá temtradição nesse importante segmento produtivo, que vem dos primórdios da civilização, com destaque para a cultura damandioca. Era comuma exploração daman‐ dioca em todas as áreas rurais, inclusive com fornos im‐ provisados, como descasque da raiz na beira dos igara‐ pés, mas o êxodo rural acabou sendo mais impositivo por conta da falta de incentivos e financiamentos por parte dos governos municipal, estadual e federal”. O Censo do IBGE mostra que a agricultura familiar está em flagrante desenvolvimento na maioria dos es‐ tados brasileiros. Os maiores índices são registrados Revista DIÁRIO - Abril 2015 - 74 Apesar da grande extensão de áreas próprias para a agricultura, o Amapá surge no cenário nacional como uma das unidades da federação quemenos contribui para a alimentação e para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Texto: Ramon Palhares - Fotos: Samuel Silva Colaboração: Elson Summer Amapá pode se tornar celeirodealimentos para o mundo Agricultura