Revista Diário - 5ª Edição - Abril 2015

Tragédia noPortode Santana causa impacto na economia H á época do desabamento ‐ que levou para o fun‐ do do rio Amazonas caminhões, guinchos, uma gigantesca estrutura de ferro e seis trabalhado‐ res que estavam de plantão naquela madrugada fatídi‐ ca ‐ a concessionária do chamado Sistema Amapá era a empresa Anglo American que, emdezembro de 2007, comprou por US$ 5,5 bilhões a concessão do complexo de mineração que incluía uma mina, a Estrada de Ferro do Amapá (EFA) e o terminal portuário em Santana. Quatro anos depois a concessão foi vendida à mul‐ tinacional indiana Zamin Ferrous ao custo de US$ 136 milhões. A expectativa dos investidores era gerar cer‐ ca de 6 milhões de toneladas de minério em vinte anos. Com o desabamento do porto de Santana, a ex‐ tração de minério foi suspensa em 2014 acarretando em sérios prejuí‐ zos econômicos. O minério extraído das minas de ferro ficou estocado em gigantescas montanhas nos pátios da empresa em Pedra Branca do Amaparí e San‐ tana. Há mais de dois meses o trem que faz o trajeto entre os dois municípios também teve as viagens sus‐ pensas, deixando centenas de comunidades ao longo do caminho isoladas dos centros urbanos. Uma com‐ posição com 46 vagões, por exemplo, foi abandonada à margem da AP‐440, dentro da área urbana do muni‐ cípio de Macapá. O acidente no porto provocou, ainda, o retrocesso econômico de sete anos de atividade que impulsiona‐ ram o comércio local. Para se ter uma ideia, o cresci‐ mento populacional foi de 4,2% ao ano de acordo com dados do IBGE, tomando como base o Censo 2000. A população saltou de quatro mil para 13 mil habitantes em pouco mais de dez anos. Além do comércio local, a prefeitura sentiu os efeitos ao deixar de receber as compensa‐ ções e arrecadação de impostos. Sem ter conseguido recons‐ truir até hoje o porto de Santana, cujas obras estão orçadas em R$ 300milhões, a empresa contraiu Desabamento O desabamento do porto flutuante de Santana, município distante 17 quilômetros de Macapá, completou dois anos no dia 28 de março deste ano, provocando um efeito colateral na economia do estado, sobretudo, do município de Pedra Branca do Amapari, que fica a 183 quilômetros da capital. Texto: Elden Carlos - Fotos: Samuel Silva Revista DIÁRIO - Abril 2015 - 78

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