Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015
Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 18 Oiapoque A grande pergunta que se faz hoje é sobre a tão fa‐ lada cobiça internacional sobre a Amazônia. Se‐ gundo a reportagem apurou junto ao comando da Operação Cabo Orange, esse interesse estrangeiro ainda existe, mas não como os livros de história contavam no passado, ou seja, ocupar por ocupar, fazer colônias, lu‐ crar com o ouro alheio. Para o coronel Alexandre a cobiça é permanente, mas pelos recursos naturais que o Brasil possui. “Não falamos hoje de invasão ou outras formas de domínio, mas temos dados concretos sobre a ação velada de agentes estran‐ geiros em nossas florestas, seja em supostas missões, ONGs ou empresas multinacionais que exploram recursos naturais, a chamada biopirataria, que podem trazer amea‐ ças à nossa soberania e também a questões indígenas, daí o Exército estar presente em nossas fronteiras, principal‐ mente no chamado Arco Fronteiriço compreendido pelo Suriname e Guiana Francesa. EFETIVO Resultado direto desse planejamento estratégico do Alto Comando do Exército Brasileiro, o Amapá está rece‐ bendo uma grande unidade, a 22ª Brigada de Infantaria de Selva, batizada como nome histórico de Brigada da Foz do Rio Amazonas. A sede é emMacapá e reúne os efetivos de três batalhões, o 34º BIS, o 2º BIS e o 24º BIL. “Mas antes da brigada tivemos a divisão do Comando Militar da Amazônia, emduas partes, quando surgiu o Co‐ mando Militar do Norte, a partir da necessidade da divi‐ são territorial da Amazônia, e à luz de características que distinguem a parte ocidental da parte oriental dela”, ex‐ plica o comandante. As obras de construção da Brigada estão em andamento, previstas para ser entregues em 2017, quando o efetivo total lotado no Amapá saltará dos atuais 820 militares para algo próximo a 3,8 mil profis‐ sionais, distribuídos emunidades de comunicação, trans‐ porte, blindados, artilharia e outros. Hoje, além de Maca‐ pá, há integrantes do Exército em Clevelândia do Norte, em Vila Brasil e também em Tiriós (PA), destacamento que deverá ser absorvido pela Brigada de Macapá. VULNERABILIDADE Indagado sobre emqual contexto internacional dos de‐ litos transfronteiriços o Amapá está inserido, o coronel Alexandre diz que embora existam outras faixas de fron‐ teiramuitomais complexas, como as do Peru, Bolívia e Co‐ lômbia, na Amazônia tambémhá informações de que a ro‐ ta internacional do tráfico de drogas, armas e até de pes‐ soas, possa ter pontos de apoio em território amapaense. “Existem outras partes da fronteira que são mais pe‐ netrantes para essa rota, como no Rio Solimões, que po‐ de levar a grandes centros consumidores do país, en‐ quanto que aqui os nossos rios desembocam no foz do Amazonas, ou seja, para ummercado consumidor muito menor”, diz. ● Paraoatual comandantedo34º BIS, coronel Alexandre Mendonça, oBrasil possui osmelhores combatentesdeselva de todoomundo, formadospelo renomadoCIGS, o Centrode Instruçãode GuerranaSelva, localizadoemManaus (AM).
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