Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015
E studos daOrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) revelamque quase 40%da popu‐ laçãomundial sofremdesse problema. O númeropode parecer umexagero, mas a gran‐ de maioria das pessoas simplesmente desco‐ nhece que temhalitose. Umprocesso chamado fadiga olfatória, onde as células do nariz se acostumam ao odor vindo da boca, dificulta a percepçãodessa alteraçãopela própria pessoa e, se alguémda família ouamigonão alertar so‐ bre oproblema, elepode se estender pormuito tempo, atrapalhando as relações interpessoais com impacto direto na qualidade de vida. Ahalitose não escolhe sexo, raça e nemida‐ de. Não é considerada uma doença, mas sim umsintoma alertando de que algo no organis‐ mo não está indo bem. Estudos sobre etiologia da halitose mos‐ tram que 80‐90% dos casos estão direta‐ mente ligados às condições da cavidade oral, 8% por alterações respiratórias, e somente 2% gastrointestinais. Dessa forma, o profis‐ sional de escolha para diagnosticar e tratar a halitose é o dentista. A causa mais frequente de mau hálito é a diminuição no fluxo salivar, que ocorre devido a um baixo con‐ sumo de água, ou quando se respira pela boca ou ainda quando do uso de alguns medicamentos. A redução do fluxo salivar faci‐ lita o aumento da descamação da mucosa bu‐ cal e o acúmulo de bactérias no dorso na lín‐ gua, formando uma camada amarela esbran‐ quiçada sobre a língua conhecida como sabur‐ ra lingual (principal causadora demau hálito). Pouco divulgada no Brasil, mas mundial‐ mente conhecida e utilizada nas áreas médica e odontológica, a mensuração dos Compostos Sulfurados Voláteis (CSV) pode ser realizada por meio de cromatografia gasosa (Oral Chro‐ ma ®), que é o método mais apropriado para detectar ahalitosedediferentes origens. É con‐ siderado padrão ouro na literatura. Otratamentoconvencional parahalitosees‐ tá relacionado ao controle do nível de acidez e fluxo salivar, por meio de medicamentos, esti‐ mulador químico e/ou mecânico, aumento do consumo e até utilização de ultrassom, tens e laser. Indica‐seummaior controledos cuidados com a higiene oral, aumentando o número de escovações aodia, usode raspadores de língua, usoadequadodo fiodental eevitar ousode en‐ xaguatórios comálcool. Emalgumas situações, exames de sialometriaprecisamser realizados. Asialometriaéumexamebarato, indolor e feito na própria cadeira do dentista, onde se avalia os padrões salivares do paciente. Muito se fala sobre alimentos que comba‐ tem o mau hálito. No fundo, podem ser consi‐ derados “mascaradores”. Alimentos como a ce‐ noura e a maçã são tidos como alimentos 'de‐ tergentes'. Já as frutas cítricas que estimulam a salivação, ajudamna “prevenção” domauhá‐ lito. Mas, o que, realmente, combate esse vilão tão desagradável é o diagnóstico preciso e o tratamento correto feito por umdentista. ● HALITOSE Eu tenho? Halitose ou mau hálito é um dos problemas bucais mais desagradáveis que existem, e pode causar sérios problemas de convívio social. Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 20 Vilmar Lima, Especialista emOdontopediatria Saúde Vilmar Lima, Especialista em Odontopediatria
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