Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015

M esmo que não sejamos pessoas públicas, estamos todos muito próximos e, indubitavelmente, inúmeras pessoas acompanhamnosso cotidiano, vendo tudo que fazemos. Não é difícil concluir que somos exem‐ plo ou referência pra alguém, disso não há como escapar. Imagina então quan‐ do possuímos, de alguma forma, um conteúdo público. Pesquisas já foram feitas e, em uma delas liderada pela cientista políticaRo‐ se Mc Dermott, constatou‐se que a pro‐ balidade de um indivíduo se divorciar aumenta em75%quando ele se relacio‐ na com alguém que está passando ou passoupor uma separação (tomara que não perca meus amigos, mas quem se for não era amizade de verdade. Rsrs). Menciono isso para afirmar que há um espaço de transformação co‐ letiva, de influência múltipla que os seres humanos, querendo ou não, por meio da interação, exercem entre si mutuamente. Na pesquisa fala‐se de rompimento, separação, mas tudo isso pode ser apli‐ cado ao bem comum, ao afeto, ao flo‐ rescimento de uma consciência para o aperfeiçoamento humano: solidarieda‐ de, compaixão, ética, honestidade. Sabe aquela história de que cada um deve fazer a sua parte, mais do que nunca é verdade. Cada dor, cada alegria, cada herói anônimo, cria per‐ to de si um ciclo de reação, com expe‐ riências boas ou doloridas, uma ca‐ deia de dar e receber que é fruto de reflexão para alguém. Semquerer estamos passando algo que pode ser bom ou ruim. Qual vida, qual mente, qual olhar e valor estamos oferecendo o tempo todo por aí? Se nos detivermos em ações preju‐ diciais, trabalhos pouco benéficos, re‐ lações controladoras, visões limitadas, esse jogo de ação e reação aos que es‐ tão conectados a nós os atingirá. A velocidade em que a vida está posta, não nos propicia mais a conver‐ sa agradável nas cadeiras de macar‐ rão das calçadas com os vizinhos e pa‐ rentes. A rede social retirou o contato físico da troca das experiências. A ati‐ tude de observar o comportamento do outro, mais especificamente o pos‐ tado nas redes, o contato social ainda que raro, é a experiência vinda por meio do exemplo. Omundo precisa é de uma transfor‐ mação refinada como umquebra cabe‐ ças compondo um todo, semessa visão individualista. Estamos todos conecta‐ dos não só por aparelhos e computado‐ res da era virtual, mas por partilhar‐ mos um tempo, um país, uma cidade, um rol de amizades. Dê sempre o seu exemplo pra me‐ lhor. Essa é a transformação silenciosa que o mundo precisa. ● Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 21 Juízadedireito ElayneCantuária ARTIGO A velocidade em que a vida está posta, não nos propicia mais a conversa agradável nas cadeiras de macarrão das calçadas com os vizinhos e parentes. A rede social retirou o contato físico da troca das experiências. A atitude de observar o comportamento do outro, mais especificamente o postado nas redes, o contato social ainda que raro, é a experiência vinda por meio do exemplo. Elayne Cantuária, Juíza e articulista do Jornal Diário do Amapá e Revista Diário O exemplo é a revolução silenciosa

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