Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015

O maior rio de água doce subterrâneo do mundo tem seu principal leito no subsolo do estado do Amapá. A descoberta foi anunciada por pesqui‐ sadores da Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional (ON), no Rio de Janeiro, a partir da análise da temperatura de 241 poços profundos perfurados pela Petrobras em pesquisas petrolíferas realizadas na região nas décadas de 1970 e 1980. Para que se tenha ideia da importância dessa des‐ coberta, apenas 0,5% da água do planeta é usada para matar a sede. Nada menos que 95% do resíduo líqui‐ do da terra são constituídos de água salgada. Desses 5%, expressivos 70% estão concentrados na Amazô‐ nia. Esses números não se restringem ao Amazonas, o maior rio de água doce do planeta, mas engloba ou‐ tras bacias hidrográficas da região, incluindo lagos, igarapés e outros mananciais. A grande reserva de água está intacta, longe da po‐ luição e da degradação ambiental que põem em risco a água potável em todo o mundo, cujos efeitos, inclu‐ sive, já estão sendo sentidos nos dias atuais, com a crise hídrica que se instalou nas regiões sul e sudeste do país. Essa incomensurável reserva de água mineral está intacta, guardada a 4 quilômetros de profundida‐ de. Batizado de Hamza, o rio nasce nos Andes e desá‐ gua no Atlântico. ● Natureza Indícios foram levantados ainda nas décadas de 1970 e 1980, através de perfurações feitas pela Petrobras embusca de petróleo, mas a descoberta foi confirmada a partir de análises da temperatura de 241 poços profundos, realizadas por pesquisadores da Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional. Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 22 O Amapá possui o maior rio subterrâneo domundo Texto: Ramon Palhares .

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