Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015

Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 24 Natureza “O rio Hamza, comparativamente, representa o pré sal da água doce. Independentemente da confirmação de que se trata de produto natu‐ ral renovável, essa descoberta pode representar, no fu‐ turo próximo, a solução para a crise hídrica que está aba‐ tendo o planeta. E o que é melhor: sua exploração emerge como viável, sim, considerando que a Petrobras já explo‐ ra petróleo no pré sal, o que bem demonstra que o Brasil possui tecnologia própria para fazer essa exploração”, avalia Antônio Feijão. O geólogo ressalta a questão do abastecimento de água no Amapá: “Es‐ tamos diante de uma situação fática que merece ser ana‐ lisada de forma mui‐ to responsável. Ma‐ capá é banhada pelo maior rio de água doce do mundo, e é dele que é retirada a água para consumo, mas o tratamento dessa água é muito caro, tanto que se a Caesa (Companhia de Água e Esgoto do Amapá) repassasse os custos desse tra‐ tamento para a po‐ pulação, bem pouca gente poderia pagar a conta, consideran‐ do que, de acordo com o que me já foi repassado, só em produtos são gastos cerca de R$ 30 mil por dia”. Antônio Feijão alerta: “Nossos recursos hídricos atualmente disponíveis são inestimáveis, mas não ines‐ gotáveis! A geração contemporânea está destruindo o meio ambiente, acabando com as riquezas naturais, ma‐ tando mananciais de forma covarde, dizimando cruel‐ mente a natureza, sem se preocupar com as gerações futuras. Ainda há tempo para se dar um basta nessa ir‐ responsabilidade criminosa, protegendo essas riquezas imprescindíveis para a continuidade da evolução do ser humano”. Segundo Feijão, o rico manancial de água doce na re‐ gião não se restringe ao rio Amazonas e, agora, ao rio Hamza: “Aqui, no Amapá, em qualquer lugar que se cava um poço amazonas, brota água a 10, 15, 20 metros de profundidade. O consumo dessa água, infelizmente mis‐ turada a coliformes fecais, é grande, impondo um sério risco à saúde da população. Apesar de também já estar comprometidos, os lençóis de água existentes numa profundidade a partir de 40, 50 metros são incalculá‐ veis. Políticas públicas sérias deveriam ser pensadas, repensadas, implantadas e implementadas para a ins‐ talação de sistemas isolados de captação e distribuição de água através de poços artesianos. Isso seria bem mais baratado e saudável, desde que sejam devidamen‐ te coadjuvadas por medidas de proteção aos lençóis freáticos, o que, infelizmente, ainda não acontece, como deveria, em nosso estado”. ● Oprésal daáguadoce

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=