Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015

Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 78 e estaduais do setor, para que juntos realizemum trabalho “cirúrgico” no local. “O Ministério Público não está cumprindo com o seu mister no sentido de fiscalizar o cumprimento da Lei nº 0835, de 27 demaio de 2004, de autoria do então deputa‐ do estadual Eider Pena, principalmente o que estabelece o seu artigo 3º, que determina, expressamente, que ‘as ati‐ vidades econômicas já existentes em áreas de ressaca e várzea, poluidoras ou potencialmente poluidoras, confor‐ me estabelecida na legislação vigente, terão prazo de até 01 (um) ano, após a aprovação do Zoneamento Ecológico Urbano – ZEEU, para a regularização de suas atividades perantes os órgãos competentes, ficando obrigadas a apre‐ sentar plano especial de recuperação das áreas por elas degradadas’. Absolutamente nada foi feito nesse sentido, porque já decorreram11 anos após a promulgação da Lei”, reclama o geólogo. “Paralelamente à descontaminação do lugar, nos moldes do que está sendo feito no rio Tietê, em São Pau‐ lo, e ao restabelecimento do fluxo com o Igarapé da For‐ taleza, o que precisa acontecer urgentemente, impõe‐se a instituição da Lagoa dos Índios e o estabelecimento de um plano de zoneamento territorial ambiental e a co‐ brança de taxas especiais de ocupação do seu entorno. Após, aquele lugar merece ser urbanizado, respeitando‐ se as regras ambientais, para que posssa ser apreciado por nativos e visitantes. É um trabalho demorado? É! Custa caro? Custa! Mas, o investimento se justifica ple‐ namente, e é viável sob todos os aspectos, basta que Go‐ verno, Prefeitura e as bancadas municipal, estadual e fe‐ deral se unam nesse sentido, captando recursos pró‐ prios, de emendas parlamentares e dos Ministérios do Meio Ambiente, Turismo e Cidades”, indica, para em se‐ guida arrematar: “Se isso não acontecer, lamentavel‐ mente a Lago dos Índios terá que continuar a sina que lhe foi imposta de forma covarde até sua morte definiti‐ va. Infelizmente, a Lagoa dos Índios virou uma prostituta leprosa: ninguém respeita! ● D écada de 70. Macapá, capital do ex território do Amapá, restringia‐se ao centro comercial e bairros da Favela, Elesbão, Beirol e Laguinho. A Lagoa dos Índios ornamentava a então estradaMacapá/Santana (ho‐ je rodovia Duca Serra), comuma ponte, ainda demadeira, utilizada para travessia. O lugar era o recanto preferido dos gazetantes das escolas públicas deMacapá e demuitas famílias nos fins de semana. No entorno da Lagoa, muita gente pescando, poucos, esportivamente, e muitos tiravam dali o alimento para a subsistência. Galinhas d´água, seriemas, garças, tucanos e outras es‐ pécies habitavamno local. Oparaíso já existiu, sim, emMa‐ capá. Esse paraíso era a Lagoa dos Índios. Remontando a história, o lugar era habitado por uma tribo indígena. Eramnômades e se revesaramentre a área da Lagoa e a região do Anauerapucu, em Santana. O tempo passou, os pássaros migratórios perderam o norte, a vegetação tomou conta da água putrefada, os pás‐ saros que com seus gorjeios maravilhosos encantavamos visitantes deslumbrados, desapareceram. A natureza emudeceu! Antônio Feijão tem razão: hoje, a Lagoa dos índios é uma prostituta leprosa: ninguem respeita! ● Ummelancólicovoo de volta aopassado MeioAmbiente

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