Revista Diário - 6ª Edição - Maio 2015
Revista DIÁRIO -Maio 2015 - 8 A questão que se põe no Brasil, hoje, é entender como os projetos sociais fazem músi‐ ca às vezes até melhor que escolas especializadas em formar músicos, sem terem professores, prédio pró‐ prio e contando com ínfima infra‐ estrutura. Os pensadores de músi‐ ca estão procurando entender a metodologia de ensino dos projetos sociais criada pela necessidade. Como que para dar o pontapé ini‐ cial do entendimento da composição musical de iniciativas oriundas da periferia, favelas e baixadas de pelo menos três capitais brasileiras, em julho acontecerá o Festival de Música de Londrina. Na cidade paranaense estarão 20 estudantes de música de Macapá, 20 de Salvador e 20 de São Paulo, todos pertencentes a projetos sociais que promovem a inclusão so‐ cial de crianças, adolescentes e jo‐ vens, despertando neles o gosto pela musicalidade, formando talentos. Os estudantes macapaenses que estarão no Festival de Música de Londrina pertencem ao braço sono‐ ro da Associação Educacional e Cul‐ tural Essência (Aece), entidade idea‐ lizada e criada pelo maestro Elias Sampaio e a esposa dele, Heloísa Sampaio, que tem conseguido, em tão pouco tempo, tornar conhecido no mundo todo o Sistema de Bandas e Orquestras do Amapá. Maestro Elias é um suboficial do Corpo de Bombeiros que vendo a ca‐ rência de vários pontos de Macapá, onde grandes contingentes das fai‐ xas infante e juvenil se perdem nos caminhos da ociosidade, desviados socialmente pela desestruturação da família, o falho sistema educacional e a ineficaz cobertura do poder pú‐ blico, resolveu arregimentá‐los ten‐ do a música como primeiro atrativo. Bacharela em direito e turismó‐ loga, Heloísa Sampaio formatou toda a estrutura da Aece, ramificando as atividades da ONG sem fins lucrati‐ vos, de maneira que a entidade não trabalha apenas com a música, mas também com o ensino de línguas, in‐ formática, filografia e edição de áu‐ dio e vídeo. ● Essência fonte de sabedoria musical Destaque “Amúsica não é esporte para competir, e simuma arte para compartilhar”. A sábia expressão foi dita por alguémque acertou emcheio na dimensão que os projetos sociais envolvendo amúsica vêmalcançando, ao ponto de, embreve, podermudar a grade curricular das instituições de ensino superior que facultama formação demusicólogos e professores acadêmicos desta arte. Texto: Douglas Lima ● Maestro Elias Sampaio
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