Revista Diário - 7ª Edição - Junho 2015

Revista DIÁRIO - Junho 2015 - 19 além de diversas vilas. No seu traje‐ to roraimense intercepta as rodo‐ vias federais BR‐174 e BR‐432, as estaduais RR‐460 e RR‐344, além de diversas estradas vicinais que têm a manutenção sob responsabilidade de prefeituras. Ainda segundo estudos do pro‐ fessor Wolfman, quando os traba‐ lhos de construção da estrada foram interrompidos no final de 1976, o trecho final já penetrava por mais de 30 km a área indígena. A estrada, aliada à uma fiscalização inadequa‐ da, abriu as terras dos Waiãpi aos in‐ vasores. “Inicialmente caçadores de peles, depois garimpeiros e, mais re‐ centemente, interesses de empresas de mineração, atraídas pelas impor‐ tantes jazidas de ouro, cassiterita, manganês e tântalo da região”, diz o geógrafo. Ao mesmo tempo, acrescenta, crescia a pressão nos limites da área, na medida em que as margens da Pe‐ rimetral Norte vinham sendo ocupa‐ das por serrarias, fazendas e garim‐ pos, alimentados pelos centros urba‐ nos próximos (Serra do Navio, a 90 km da área indígena, e Macapá, a 370 km). As dificuldades de subsis‐ tência nas aldeias super povoadas e as mais atingidas pela proximidade da rodovia Perimetral Norte e, con‐ sequentemente, pelo esgotamento dos recursos naturais, fez com que muitas famílias voltassem aos sítios de ocupação tradicional, em zonas distantes dos Postos da Funai. A Funai iniciou seus trabalhos no Vale do Javari, em 1971, em apoio à abertura da rodovia Perimetral Nor‐ te, que fazia parte do Plano de Inte‐ gração Nacional. Para isso, instalou na cidade de Atalaia do Norte a “Base Avançada de Fronteira do Solimões”, criando cinco Frentes de Atração no interior do Vale do Javari. A maior parte delas acabou prestando assis‐ tência aos grupos já contatados e, posteriormente, transformaram‐se em Postos Indígenas. TRANSPORTES Procurado pela reportagem, o en‐ genheiro titular da Secretaria Esta‐ dual dos Transportes (Setrap), Odi‐ val Monterrozo, diz que as estradas são sim uma valiosa ferramenta de integração de qualquer estado, mas que é favorável a uma ampla discus‐ são sobre o modal de transportes mais adequado para o Amapá. “Sou também da engenharia naval e aqui na Amazônia, nossas estradas são os rios, como se costuma dizer. Mas na realidade, existe uma importante di‐ ferença entre o custo do frete rodo‐ viário, para o fluvial e, consequente‐ mente, para o transporte ferroviá‐ rio”, sublinha Monterrozo. E ele tem razão. Existem situa‐ ções como na Transamazônica, que na estação das chuvas inviabiliza o transporte de cargas pela via, levan‐ do muitas empresas a utilizarem o trem da Vale do Rio Doce, que faz li‐ nha até Carajás, para embarcar as carretas em vagões plataformas, o que além de garantir a chegada ao destino, como na região de Marabá. Também significa uma enorme eco‐ nomia com as despesas rodoviárias. De qualquer forma, o bom é saber que as autoridades estão buscando alternativas para escoar as riquezas que o Amapá já está produzindo. ● ● Mapadoprojeto original da PerimetralNorte, que ligaoAmapáa estados comoo Paráeo Amazonas, passandopor Roraima.Uma janelaparao Caribe, dizDnit.

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