Revista Diário - 7ª Edição - Junho 2015
P ara Coaracy, a política era a arte de bem governar os povos. Ele era considerado umpaladino das cau‐ sas públicas, desbravando a todo custo os entraves que a burocracia da capital brasileira impõe. Outro político que ninguém esquece é o popular co‐ mandante Barcelos, apelidado carinhosamente de “Ve‐ lhinho do boné azul”, um verdadeiro líder de vanguarda, que sentiu amor à primeira à vista quando chegou da cidade do Rio de Janeiro. Tratou rápido de adotá‐la co‐ mo sua terra de coração, assumindo vários cargos polí‐ ticos, e como bom pai adotou como filhos todos os resi‐ dentes daqui, pois sentiu do fundo d’alma a sensação cantada nas vozes dos poetas amapaenses que decla‐ mam encantados sobre a vida boa que todos os “suma‐ nos” daqui têm. Barcelos exigiu, quando em vida, e em Macapá tem o seu corpo sepultado no cemitério Nossa Senhora da Conceição. O velho Sacaca sabia como ninguém fazer mandin‐ gas com as plantas amazônicas, e com suas mãos mila‐ grosas era guiado pela religiosidade curando a todos que o procuravam pela força emanada dos mistérios da floresta. Então, como uma singela homenagem, cons‐ truiu‐se um museu a céu aberto, onde os visitantes po‐ dem conhecer os produtos naturais que curam e embe‐ lezam o corpo e a alma. No verão do Norte que começa a partir de julho, todos os belos locais se abrem para o majestoso rei Sol. Aí...Tu‐ do se mistura e fica ainda mais belo. Quem conhece essa terra que possui milhões de hectares de áreas preserva‐ das fica intrigado a desvendar seus mistérios. ● C omo explicar a energia da comunidade de Mazagão Velho que há séculos festeja ao pé da letra o ritual da batalha do valoroso soldado São Tiago que, com es‐ tratégias de verdadeiro guerreiro, saiu vitorioso da guerra travada entre mouros e cristãos? E esse mesmo povo tão nacionalista fincou o pé e bravejou: “Eu quero ser brasi‐ leiro com muito orgulho e muito amor”, e permanece até hoje no município de Mazagão. O ouro negro do Amapá, conhecido como manganês, explorado com intensidade na década de 50 nas terras de Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio, cidades histó‐ ricas conhecidas pela abundância do minério na época, e colonizada por pessoas de vários países. EmPedra Branca e Serra do Navio é possível se encon‐ trar o raro beija flor Brilho de Fogo, que segundo a lenda surgiu das cinzas que sobraram do velho pescador e seu filho; batendo as asas sobre elas, atingiu seu peito, dando cor às penugens, sem esquecer da intrigante cor azulada do rio serrano. Todo esse ouro negro perpassa por Porto Grande, e é trazido até aos dias de hoje para o porto da bucólica cidade de Santana no vagaroso trem que conduzia junto com ele os sonhos, a força de umpovo batalhador e as esperanças de um futuro promissor que segue sua viagem nas diver‐ sas embarcações que aportamno velho porto de Santana, onde todo dia é um vai e vem. Como diz a música: “Tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai e quer voltar, tem a sorrir e a chorar”. É simples assim! ● Giro pelo estado Revista DIÁRIO - Junho 2015 - 25
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