Revista Diário - 7ª Edição - Junho 2015
Revista DIÁRIO - Junho 2015 - 41 cerrado propícias à produção de grãos, especialmente a soja. Temos, ainda, uma posição geográfica estratégica. Estamos mais perto dos mercados consumidores da Europa, dos Estados Unidos e dos países do Pacífico, acessados pelo Canal do Panamá, além do Platô das Guianas. Temos que pensar, deixar de lado a intuição simples e planejar o que é melhor para todos. Diário – Mas para isso é preciso estruturar o tão desestruturado estado do Amapá... Deputado Moisés – É verdade. O Poder Legislativo, através das comissões permanentes, pode dar grande contribuição para a construção desse desenvolvimento. Ninguém constrói ummonte pelo alto. Ele é construído pela base, com a ajuda de todos, para que, ao se chegar no alto, possa‐se instalar o grande farol que ilumine toda a sociedade. Diário – O senhor acha que hoje o Amapá está bem representado no Senado da República? Deputado Moisés - O senador José Sarney, que é um líder nato, deixou grande legado para o Amapá e seu povo. A Área de Livre Comércio, o Linhão de Tucuruí, Hospital Sara Kubitschek e a Unifap são realizações concretas deixadas por um político que se dedicou ao estado que representou. Diário – Bem, a pergunta não foi acerca do ex senador Sayney... Deputado Moisés – Quero ver alguémmostrar uma única realização proposta ou criada pelo senador Randolfe Rodrigues, em prol do Amapá. A única coisa que ele faz é falar mal do estado. Falar, criticar, é fácil. Daqui a pouco, dois senadores vão concorrer às eleições e vão precisar mostrar o que fizeram, o que produziram. Quero ver o que eles vão mostrar. Diário – Macapá, a cidade sede do Poder Legislativo do Amapá, está sendo bem conduzida? Deputado Moisés – Macapá está em situação precária. Ruas intransitáveis. Não tenho nada contra o prefeito Clécio. Tenho muito carinho por ele, mas o que foi prometido, não foi cumprido. Cadê o senador Randolfe, o que ele fez em prol de Macapá? Existem pessoas na esquerda com visão tacanha. Falam bobagem, sem observar o benefício que o mandato tem que proporcionar à população. Basta comparar com o trabalho desenvolvido pelo senador Sarney, que até hoje ainda tem compromisso com o Amapá, mesmo sem mandato. Diário – Muito se fala sobre o Parque Montanhas do Tumucumaque, uns a favor, outros contra. E o senhor? Deputado Moisés – A criação do Parque Montanhas de Tumucumaque foi um crime cometido pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso contra o estado do Amapá. Não existe inversão social. Não existe organização administrativa. Ele simplesmente disse: “É uma área de preservação da humanidade”. É muito bonito como objetivo fim, mas como objetivo meio, nada foi feito. Quando se tira uma enorme porção de um território, precisaria de investimentos como compensação. Existemmais de 27 milhões de pessoas na região amazônica. O que está sendo feito pela União em prol desse povo? Que investimentos estão sendo feitos pela União na região? Qualquer ação humana tem efeitos colaterais que precisam ser corrigidos. Precisamos unir‐nos para questionar isso da Federação. Todos os poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. Diário – O senhor defende, então, um amplo debate sobre Tumucumaque? Deputado Moisés – Sim. Isso precisa ser debatido, questionado e, sinceramente, gostaria de ver os senadores Randolfe Rodrigues e João Capiberibe usando a tribuna do Senado para questionar e cobrar essas coisas. ●
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