Revista Diário - 7ª Edição - Junho 2015

Revista DIÁRIO - Junho 2015 - 72 D e acordo com pesquisadores e educadores, o fe‐ nômeno se deve à falta de investimentos e com‐ prometimento dos gestores no sentido de implan‐ tar e implementar políticas públicas voltadas para a me‐ lhoria do ensino. O enfraquecimento da educação não acontece ape‐ nas no Amapá: os demais estados brasileiros registram recrudescimento preocupante, com elevados índices de evasão, repetência e de crianças, jovens e adolescentes fora da sala de aula. A realidade brasileira, contabilizando‐se o desempe‐ nho dos 27 estados e Distrito Federal, é mais preocupan‐ te ainda: levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), sediada em Pa‐ ris (França), coloca o Brasil em 60º lugar no ranking da educação. Levando‐se em conta que foram avaliados 72 países, o desempenho do Brasil é pífio. E a vergonha é ainda maior porque ficamos atrás de muitos países tidos como subdesenvolvidos. Entre os países da América do Sul, o Brasil ficou em último lugar, atrás do Paraguai, Ar‐ gentina e Uruguai. Se formos contabilizar os números da Unesco, a situa‐ ção é ainda mais incômoda: o levantamento foi feito em 72 países; o Brasil ficou em 60º lugar. Resultado: supera‐ mos apenas 12 países, entre os quais – o que não merece comemoração, países africanos como Gana (na última co‐ locação) e África do Sul (na penúltima). Ocupam as cinco primeiras posições no levantamen‐ to: Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Taiwan, seguidos de Finlândia, Estônia, Suíça e Holanda. O Cana‐ dá ocupa a 10ª posição. A Alemanha está em 13º lugar; o Os Estados Unidos, em 28º, e o Reino Unido, em 20º. A França é a 23ª colocada no ranking. Emmeio a essa tragédia, uma compensação: mesmo diante do quadro negativo, o Brasil é citado como exem‐ plo, porque entre 2003 e 2012 aumentou de 65% para 78% a proporção de alunos escolarizados aos 15 anos. O relatório valoriza os benefícios econômicos da educa‐ ção. De acordo com a OCDE, o Produto Interno Bruto (PIB) dos países seria, em média, 3,5% superior ao es‐ perado, todos os anos e pelas próximas oito décadas, se até 2030 os países alcançassem uma situação em que to‐ dos os estudantes de 15 anos estejam escolarizados e com um nível básico de conhecimentos. Especificamente com relação ao Brasil, o PIB anual será 16,1% superior, emmédia, pelos próximos 80 anos, se essa situação for alcançada até 2030. No último ano do período considerado, 2095, o PIB brasileiro seria 70% superior ao que será alcançado naquele ano, se não houver a universalização do ensino, e o PIB de 2095 se‐ ria 751%, mais de sete vezes superior ao atual. ● Qualidade da educaçãono Amapá sofre revés em nível nacional Educação Reportagem: Ramon Palhares Fotos: Maycon Abreu e Elson Summer A educação no Amapá perdeu qualidade de 2013 para cá, tanto no que diz respeito ao desempenho dos alunos de escolas públicas como privadas.

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