Revista Diário - 8ª Edição - Junho 2015
Revista DIÁRIO - Julho 2015 - 16 A s mulheres são a maioria da população brasileira e representam mais da metade do eleitorado do país. No entanto, a participação feminina na po‐ lítica brasileira ainda é pequena. A representação fe‐ minina no Congresso Nacional está entre 9% e 10%. No Senado, há nove mulheres num total de 81 senado‐ res, e na Câmara, dos 513 deputados no exercício do mandato, apenas 45 são do sexo feminino. Na última eleição, em 75% dos mais de cinco mil municípios do país, nenhuma mulher se apresentou para a disputa. Nas esferas estadual e municipal, atualmente, a banca‐ da feminina da Assembleia Legislativa do Amapá é in‐ tegrada por oito deputadas, um dos maiores percen‐ tuais de mulheres assumindo o mandato. EmMacapá, na Câmara Municipal, a legislatura elei‐ ta em 2012 resultou em cinco mulheres ante aos 19 ho‐ mens na representação do parlamento da capital ama‐ paense. A legislatura anterior teve apenas Adrianna Ramos, do PTC, como a única mulher vereadora de Ma‐ capá. Na Assembleia Legislativa, o número de mulheres ainda é maior que no parlamento municipal de Macapá e representa um terço do total de 24 deputados. Neste sentido, o Amapá se destaca por ter a maior bancada feminina do país. O Amapá pode ser considerado exemplo da falta da participação feminina na política. O cenário é ainda do‐ minado pelos homens. A falta de participação da mulher pode ser observada nas eleições de 2014. Apenas uma das sete coligações conseguiu alcançar a cota mínima de candidaturas por gênero, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) informou. Depois de transformado em estado, em 1988, a única vez que o Amapá foi comandado por uma mulher acon‐ teceu entre abril e dezembro de 2002, quando Dalva Fi‐ gueiredo, vice governadora na época, ocupou o Poder Executivo em substituição a João Capiberibe, que se li‐ cenciou para concorrer ao Senado naquele ano. No âm‐ bito da capital, vereadora por mais de 20 anos, Helena Guerra chegou a ocupar, por várias vezes, o cargo de pre‐ feita, primeiramente como presidente da Câmara Muni‐ cipal de Macapá, na ausência do titular do cargo e do vi‐ ce, e, depois, como vice prefeita do então prefeito Rober‐ to Góes, no período de 2009 a 2012. ● Emumpaís de cultura predominantementemachista e de raízes patriarcais, a mulher parece ganhar, embora a passos curtos, mais espaço na política nacional. Pensar no papel social desempenhado pelasmulheres na sociedade brasileira, mais especificamente sob a ótica da política, é sempre umexercício interessante, principalmente quando levamos emconsideração uma sociedade como a nossa, construída sob a égide domachismo, do patriarcalismo, na qual o homemsempre ocupou o espaço público e a mulher, o privado. Porém, mesmo que ainda tímida, a presença cada vezmaior de candidatas é algo fundamental para o fortalecimento da democracia, afinal, a representatividade feminina é extremamente necessária quando pensamos nas lutas pelos direitos dasmulheres emum contexto no qual, como se sabe, ainda hámuito preconceito, exclusão e violência contra elas. Texto: Ediana Franklin ● Deputadas federaisMarcivânia Flexa, Janete Capiberibe e Jozy Rocha Comportamento Amaior bancada feminina dopaís está noAmapá
RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=