Revista Diário - 8ª Edição - Junho 2015

A oapontarmosquedentreoseleitoresnoBrasil asmulheres sãomaioria, certamenteesteéumaspectoexploradopelos candidatosoucandidatasnatentativadearregimentar es- se voto feminino. Isso, já há algum tempo, vem consolidando-se, e uma participaçãomaior dasmulheres vai ao encontro dessa progressão.. Na década de 70 do século passado, as mulheres representavam35% doeleitorado, ultrapassandoamarcados 50%noanode2006, quebrandoa hegemonia do universomasculino, em relação à disputa eleitoral. Mas umapergunta vemà tona: esse aumentonaparticipaçãodo votopelas mulheres é a confirmação de que elas estão conquistando seu espaço? Podemos dizer que sim, embora os desafios encontrados pelo sexo feminino, tanto na política quanto na sociedade demodo geral, ainda são consideráveis, e umbomexemplo são as dificuldades no mercado de trabalho. No entanto, mesmo que possamos dizer que asmulheres estão conquistando seu espaço, épreciso considerar que, por contadas cha- madas cotas, fruto de políticas afirmativas para ampliar a participação feminina, os par- tidos são obrigados a reservar uma participação de, nomínimo, 30%para cada sexo. ● Revista DIÁRIO - Julho 2015 - 17 O bviamente, a própria instituição dessa lei foi re‐ sultado de uma luta pela maior participação fe‐ minina, o que pode ser considerado um avanço. Contudo, vale ressaltar que leis e as normas por si só possuem um poder relativo na luta contra o preconcei‐ to, seja ele de qualquer natureza, embora sejam impor‐ tantes instrumentos. Mesmo assim, segundo o site da Câmara dos Deputados, um estudo da União Interpar‐ lamentar, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), colocou o Brasil em 120º lugar em um ranking da proporção de mulheres nos parlamentos, o que sig‐ nifica estar atrás de países islâmicos como Paquistão, Sudão e Emirados Árabes Unidos, onde a predominân‐ cia masculina é quase que total. O papel social da mulher e sua posição na sociedade brasileira ainda são permeados de contradições. Em ter‐ mos quantitativos, basta analisarmos alguns dados apre‐ sentados pelo governo, observando‐se que a participa‐ ção das mulheres na Câmara dos Deputados é de 9% e, no Senado, de 10%do total. Além disso, o número de go‐ vernadoras de estado também ainda é muito pequeno. Obviamente, que a eleição da primeira presidente do Brasil contribuiu de alguma maneira para mudar esse quadro de atrofia da participação feminina e talvez mo‐ tivar outras candidaturas de mulheres ao cargo mais al‐ to no poder público brasileiro. O significado desse evento do ponto de vista de uma afirmação da figura de Dilma Rousseff em um cenário absolutamente masculinizado ao longo da história ficou estampado em sua preferência em ser tratada por pre‐ sidenta e não presidente, embora as normas da língua culta admitam as duas formas. ● ● Dilma Rousseff quebrou, no Brasil, a marca de somente homens presidirem aNação ● Acima: Roseli Matos, Luciana Gurgel, EdnaAuzier eRaimundaBeirão Embaixo: MiraRocha, MaríliaGóes, MariaGóes e CristinaAlmeida

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