Revista Diário - 8ª Edição - Junho 2015
Revista DIÁRIO - Julho 2015 - 27 J arbas Ferreira Gato, natural de Oriximiná, no Pará, foi descoberto na capital daquele estado pelo tenente Charone, então chefe de polícia do governo territorial do Amapá, na época de Janary Nunes, nos meados dos anos 1950. Jogador de futebol do Combatentes, a bola batida pelo lateral direito Jarbas chamou a atenção de Charone. Logo o militar se aproximou do jogador, abordando a possibili‐ dade de uma mudança para o território do Amapá. Jarbas inicialmente rejeitou o convite do tenente, mas não resistiu à promessa de que em Macapá, para jogar no Amapá Clube, ele teria imediato emprego no governo. Me‐ cânico que também era, o oriximinaense acabou viajando para a terra que o recebeu como um filho e, em recompen‐ sa, soube honrá‐la com muito trabalho, tornando‐se um dos seus mais ilustres moradores. Tão logo chegou emMacapá, Jarbas Gato entrou no time do Amapá Clube, na época do futebol amador. Como paga‐ mento, foi admitido nos trabalhos de dar manutenção ao Jeep Willis do governador Janary Nunes e ser o condutor do “violino”, carro da polícia para transporte de presos, hoje comumente chamado de “camburão”. Jarbas Gato ficou nesses afazeres, por pouco tempo, uma vez que logo a sorte lhe sorriu – ganhou duzentos mil réis na Loteria Federal. Logo comprou dois carros, colocan‐ do‐os na praça, como táxis. Ele foi o segundo taxista da ca‐ pital do território federal do Amapá. Também começou a montar uma frota de ônibus, chegando a possuir 34 veículos desse porte. Foi o pri‐ meiro empresário do setor de transporte coletivo, inclu‐ sive fazendo contrato com a sempre lembrada Icomi pa‐ ra condução de funcionários da empresa entre Serra do Navio, Macapá e Santana. Jarbas Gato também foi pioneiro no ramo de comer‐ cialização de combustíveis. Foi a segunda pessoa a ter posto de gasolina em Macapá. O primeiro estabeleci‐ mento dele, de venda de combustíveis, ainda hoje existe, porém não mais lhe pertence. É o que fica em frente ao Mercado Central. Com a idade avançando, os filhos criados e formados, e já fora da política, o vitorioso Jarbas Gato foi desfazen‐ do‐se dos seus negócios para junto com a sua Verônica viver a melhor idade com mais vagar, curtindo os netos e finalmente tendo horas de descanso, coisa que nunca fizeram quando ele estava em plena atividade empresa‐ rial e política. Jarbas e Verônica ataram namoro no saudoso Círculo Militar, clube social do Exército que existiu ao lado da For‐ taleza de São José de Macapá. Hoje, ele diz que na verdade ganhou duas vezes na Loteria Federal, não apenas uma. A outra, foi ter conhecido Verônica, sem saber, na época dos flertes, que ela era sua conterrânea de Oriximiná. Mas sabia muito bem que a sua futura amada era uma das jovens mais paqueradas da capital, acabando de conquistar o tí‐ tulo de Miss Trem, concurso de beleza que na época equi‐ valia ao atual Miss Amapá. ● Vida dedicada ao trabalho, e as duas sortesgrandes ● Na tranquilidade do lar, Jarbas Gato eVerônica vivemamelhor idade depois de décadas de trabalho e uma cumplicidade emque o amor foi aprincipal testemunha.
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