Revista Diário - 8ª Edição - Junho 2015
Riqueza Q uemainda não ouviu falar de crianças hiperativas? São aquelas que não conseguem ficar paradas, são verdadeiros “ho‐ mens aranhas”, só que ao invés de esca‐ lar prédios, escalam móveis. Ainda bem! Quemnão ouviu falar daquelas crianças que são desastradas, desajeitadas, quenão conseguemprestar aten‐ ção em nada, vivem sonhando acordadas, “no mundo da lua”, e por conta dessa desatenção acabam tendo dificulda‐ des de aprendizagem e, consequentemente, de relaciona‐ mentos. Daí surge a incompreensão dos pais, amigos e pro‐ fessores. E acabam sendo rotuladas de mal‐educadas, re‐ beldes, burras, preguiçosas, pestinhas, etc.. Mas não pensem que isso acontece só com as crianças. Quem nunca viu ou ouviu adultos desorganizados, enrolados, cheios de energias, impacientes, que vivem em busca de algo novo, que iniciamvários pro‐ jetos e vão abandonando‐os ao longodo ca‐ minho. Como por exemplo, relacionamen‐ tos amorosos e trabalho. Isso mesmo, não conseguem fixar emalgo por muito tempo. Esses são alguns comportamentos, que dependendo, da intensidade e da freqüên‐ cia, são característicos doTranstornodeDé‐ ficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Esse transtorno se manifesta ainda na infância, e em setenta por cento dos casos continua na fase adulta. Vale ressaltar, que precisamos atentar para os três sintomas básicos: desatenção, impulsividade e hipe‐ ratividade física e mental. Não me agrada ver alguém chamar o Hiperativo de porta‐ dor de uma doença. Percebe‐se que todos nós temos, emalgummomentoopensamento acelerado, nem por isso, somos doentes. O TDAH, como bempreconiza a Dra. Ana Beatriz, autora deMentes Inquietas, “é umfuncionamen‐ to mental acelerado, inquieto, capaz de produzir, incessantemente, idéias que por vezes se apresentam demodobrilhante ou se amontoamdemaneira atrapalha‐ da, quando não encontramumdirecionamento correto”. Evidentemente que isso causa aflição e desespero em pais, que muitas vezes, possuem a crença errônea de que foram culpados, por não conseguirem encaminhar o filho de uma forma correta, que erraram na educação. Por isso, a desinformação é umdos maiores problemas. Tanto a Psiquiatria quanto a Psicologia, encontramdifi‐ culdades emdiagnosticar o TDAH, é umdesa‐ fio. Não existe um teste ou umexame especifi‐ co, que por si só, identifique o transtorno. Por isso, a boa e velha anamnese é amelhor ferra‐ menta. Precisamos colher os detalhes da vida dessa criança. Emadulto, é difícil diagnosticar, já quemuitos nãopossuemmais pais, ou ame‐ mória desses pais já estão falhas, e não conse‐ guem precisar as informações, que tanto os profissionais querem. O tratamento mendicamentoso auxiliado comapsicoterapia é essencial. Afinal, conhecer e entender opróprio comportamento é funda‐ mental, e o psicólogo é o facilitador nesse pro‐ cesso. Ressaltando que o terapeuta, deve ser flexível obastantepara adaptar as técnicas psi‐ coterápicas ao seupaciente, conforme a neces‐ sidade e a demanda. Daí a importância de tra‐ balhar com treino em solução de problemas, emhabilidades sociais, relaxamento e reestru‐ turação de pensamentos etc. ● CláudiaOliveira Psicóloga clínica Sou hiperativo, desatento e impulsivo! E agora? Consultório Psiqué Avenida FAB, 1070 - Sala 306 - Edifício Macapá Office - 98127-0195 Revista DIÁRIO - Julho 2015 - 5 Comportamento
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