Revista Diário - 8ª Edição - Junho 2015

Revista DIÁRIO - Julho 2015 - 56 A s transformações tecnológicas nas últimas déca‐ das, associadas à urbanização das populações, im‐ pactaram o modo de vida de sociedades em todo o mundo desenvolvido e em desenvolvimento, aumen‐ tando a exposição das pessoas aos fatores de risco mo‐ dernos. Dentre esses riscos, destacamos o sedentarismo, a obesidade e os riscos ocupacionais, responsáveis pelas doenças crônicas não transmissíveis que causam 61% de todas as mortes no mundo. Dados da OMS) pontuam o sedentarismo como o quarto maior fator de risco para mortalidade, contri‐ buindo com 6% das mortes globais, sendo menor apenas que a hipertensão arterial (13%), tabagismo (9%) e diabetes (6%). O sobrepeso/obesidade é fator de risco de 5% da mortalidade global. Estima‐se que o se‐ dentarismo seja responsável por aproxima‐ damente 21%‐25% dos cânceres de mama e de cólon, 27% dos casos de diabetes e 30% das doenças isquêmicas cardíacas. No Brasil, levantamento da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde mostrou proporção de 26% de pessoas com inatividade física, com predominância masculina (29,5% ver‐ sus 23,5% na comparação com mulheres) para o sedentarismo. Na população acima de 65 anos, o sedentarismo foi informado por 52% dos homens e 53% das mulheres. Nos Estados Unidos, o acompanhamento das metas do Healthy People 2010 do Cen‐ ters for Disease Control and Prevention (CDC) mostrou, em 2008, uma proporção de 39% de pessoas que declararam não praticar atividade física, 31% não praticavam regularmente, distantes das metas traçadas no início dos anos 2000. Vale a pena ressaltar que o movimento é um meca‐ nismo que desencadeia uma série de reações no orga‐ nismo, essenciais para que o corpo funcione correta‐ mente. Uma vida sedentária, somada a uma dieta dese‐ quilibrada com excesso de calorias, resulta em acelera‐ dores de muitos malefícios ao nosso bem‐estar. Ganho de peso e consequentemente a perda de massa muscu‐ lar, o que ocasiona também o encurtamento da musculatura, dores articulares, aumento da pressão arterial, má postura, cansaço, baixa resistência orgânica e alto nível de es‐ tresse são alguns dos danos. Pequenas atitudes podem contribuir para uma vida mais ativa e saudável. Dicas: se você trabalha em um escritório, levante‐ se a cada 30 minutos, caminhe um pouco, faça alongamentos. Isso ajuda a relaxar, melhora a concentração e o fluxo sanguí‐ neo; troque o elevador pela escada; se uti‐ lizar ônibus desça algumas paradas antes e vá caminhando até seu destino; limite o uso do automóvel para saídas superiores a um quilômetro, siga caminhando, exceto se tiver que carregar muitas compras ou ob‐ jetos pesados; escolha atividade que você goste para que seja um momento prazero‐ so. Sem esquecer de fazer uma avaliação médica antes de iniciar a prática de qual‐ quer atividade física. ● ViverBem DoutorCláudioLeão, clínico geral Doutor Cláudio Leão, Clínico geral e coordenador da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Camilo. Sedentarismo

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=