Revista Diário - 30ª Edição
Entrevista “Não podemos ser escravos ambientais de quem já devastou suas terras” esde que chegou ao Congresso Nacional, em2019, como senador eleito, Lucas Barreto (PSD-AP) tem sido uma voz forte emdefesa do desenvolvimento do estado, não pipocandomesmo em temas delicados e tidos como tabus, como a questão da preservação ambiental. Favorável à exploração de petróleo e gás na costa do Amapá, defende ainda a abertura da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) e o agronegócio, como áreas que podemgerar os empregos e a renda que os amapaenses tanto se ressentem. Ele falou durante evento de lançamento de umFórumde Logística de Transporte, em Macapá, sobre como projeta destravar a economia, falando ao mercado para atrair investidores. Na ocasião, concedeu a entrevista que a Revista Diário publica a seguir. evista Diário – O senhor chegou ao Senado federal dizendo uma frase que o Amapá iria ter voz e repetiu isso nesse evento que de- bate a vocaçãoportuária do estado. É impor- tante para o agente público falar para o mercado? Lucas Barreto – Comcerteza. Todos nós sa- bemos da vocação portuária do Amapá, mas há cinquenta anos o Canal Norte não muda nada. Esse é o primeiro fator positivo do Amapá. O se- gundo é a logística, pois daqui para Cuiabá são mil quilômetros; de Cuiabá para Paranaguá são dois mil e duzentos quilômetros. Mas para um navio ir para Parana- guá são três mil e duzentos de ida e três mil e duzentos na vinda, e eles têm noção do que é isso. Nós também temos energia para gerar a cadeia produtiva. Eles podemexportar, por exemploma torta de soja, semos subprodutos que po- derão ser produzidos aqui, embalados no Amapá e criando com isso uma cadeia produtiva de trabalho e renda. Então é essa a nossa busca, mostrar para o mundo a capacidade e o potencial do Amapá, pois capital não tem Pátria, ele vai onde dá lucro, e a gente temque trabalhar para atrair esses investimentos, pois temos toda essa potencialidade e somos tão carentes de investimentos porque não nos viam, não nos enxergavam. Diário – Então émuito importante participar de um encontro comtamanha visibilidade como é a proposta da chegada do Brasil Export ao Amapá? Lucas – Sim, por isso a gente fez questão de falar nesse foro, que é o Brasil Export e que realizou um encontro em Brasília, e depois o primeiro lugar que eles marcarampara fazer seu evento regional foi aqui, como Norte Export, que acontecerá no dia 23 e 24 de abril do próximo ano, num evento em que virão empresários do mundo todo, lideran- ças da logística e produtores de grãos que têm interesse em baratear também o seu custo. Vão vir ao Amapá para ver essa logística disponível aqui, e é este o nosso objetivo: levar essa potencialidade do Amapá ao conhecimento domundo. Diário – O senhor também tematuadomuito forte se contrapondo ao que se convenciona chamar de dis- curso ecoxiíta, defendendo que para o Amapá se de- senvolver não é preciso deixar de preservar sua natureza, não é? Lucas – Nós somos o estado mais preservado do mundo! O problema é que querem preservar mais ainda! Em São Paulo, cinquenta e seis por cento das terras são para a agricultura, ou seja, eles leramHa-joon Chang, com ‘Chutando a Escada’. Todomundo devastou tudo e quando chegou no Amapá disseram “chuta a escada e deixa eles Senador Lucas Barreto Revista DIÁRIO - Edição 30 - 12 R D Texto: Cleber Barbosa
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