Revista Diário - 30ª Edição

léverson logo se arvorou em querer tocar o instru- mento, mas Clerivaldo lhe deu um violão por emprés- timo, e ummétodo. “Toma isso e vai pra casa estudar”, foi o quê ouviu do amigo, e cumpriu a recomendação à risca. Assim, omenino assembleiano se tornou um au- todidata no toque do violão. Mas a paixão de Cléverson Baía era a guitarra, como é até hoje, tambémpor autodida- tismo. Muita gente pensa que quem toca violão do- mina a guitarra. Nada disso. Apesar de instrumentos de cordas, cada um temque ter uma execução diferente do outro No início dos anos 1990 Cléverson voltou para Macapá, para estudar. Na bagagem, um violão Di Giorgio de cinco cordas; na cabeça, a vontade de se familiarizar com a guitarra. Isso foi aos poucos acontecendo comomenino, depois adolescente, e explodiu na juventude daquele que viria a ser um grande roqueiro torcedor fanático do Botafogo. Cléverson Baía lembra que a sua iniciação na música foi como cantor evangélico, mas que hoje se considera um guitarrista que canta. “A guitarra é a minha paixão”, confessa. Ao iniciar os estudos do EnsinoMédio, Cléver- son começou a fazer parcerias musicais, na escola mesmo, no então Instituto de Educação do Amapá, Ieta, onde hoje funciona a universidade estadual. Erambandas de garagem, semnomes. Só pelo prazer de ensaiar, de tocar. Desse tempo, Cléver- son lembra de Joab Costa, que tinha uma guitarra nacional, da marca Tonant, que nunca afinava, mas que valia a pena, pois lhe proporcionava grande felicidade. Por causa do rock, o artista iniciante quase foi expulso do Ieta, de tanto fazer barulho com as guitarras. Em 1993 Cléverson Baía fundou a banda Sigma do Oitante, com Judas Sacaca, que hoje é vocalista do Yes, Banana. Nesse ano ele participou de eventosmusicais undergrounds. No ano seguinte, já um pouco conhecido pela classe de músicos e pelo público, participou de eventos oficiais. Em 1996 passou a tocar com consagrados ar- tistas amapaenses, principalmente Osmar Júnior eMarcelo Dias. Comesse último, integrou a banda como ‘sideman’, e ficou com ele cerca de 15 anos, chegando a lançar um CD com a assinatura Mar- celo Dias. Osmar Júnior, o ‘Poetinha’, é o parceiro eterno de Cléverson Baía. Essa dupla gravou CD e DVD, faz shows e produções. Tudo valorizando amúsica regional. Em1997, Cléverson teve a composição ‘Se’ no Festival de Música de Macapá (Femac), interpre- tada por Silmara, do grupo ‘Negro de Nós’. E tam- bém, junto com Sacaca, defendeu, interpretando, ‘Irremediavelmente blues’, de um compositor pa- raense, do qual não lembra mais o nome. No Femac, o roqueiro, já bastante reconhe- cido, conheceu o compositor Ademir Pedrosa, co- meçando aí uma profícua parceria. Os dois classificaram dezenas de músicas, Brasil afora. Revista DIÁRIO - Edição 30 - 15 C  A paixão de Cléverson Baía é a guitarra, apesar de ter iniciado na música como cantor gospel e tocador de violão; o rock veio quando passou a ter contato com a guitarra, sem que ainda a soubesse tocar bem. Cléverson Baía é um macapaense que com um ano e meio de idade foi levado pelos pais para Oiapoque. Certa vez, ouviu um tio dele tocando violão, de madrugada; achou o som bonito. De manhã já estava com o instrumento nas mãos, batendo nas cordas.

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