Revista Diário - 30ª Edição

Perfil Eduardo Costa Moleque travesso se torna grande médico amapaense duardo Augusto da Silva Costa é do tempo em que a vida aconteciaemMacapátendooCaféSocietycomoreferência. Quando menino, brincava com o sapo que hoje não mais existenafrentedosCorreios,epassavapordebaixodabar- riga dos leões doFórum, onde atualmente é aOAB. O filho de ‘seu’ Henrique Duarte, engenheiro pioneiro falecido em1994, coma professoraMaria de Nazaré, fale- cidaemfevereirode2018, nasceunodia18deabril de1953, noHos- pitalGeral.EstudounaEscolaNossaSenhoradoPerpétuoSocorro,no IgarapédasMulheres,enoGrupoEscolarAnexodoIeta.Entreosseus colegasdessetempotinhaoJoãoCabral,quemorreuservindooExér- citonumacidente naGuerrilha doAraguaia, e oCarlão, hoje pilotode avião. Na ruadeEduardo, quandomoleque, RockyLane fez fama como seujeitofolclórico.Osgarotosjogavambola,descalços.SóoRockyLane calçava meiões e chuteiras. Ele também assistia aos filmes de Zorro, vestido de Zorro. Falar de futebol, muitas peladas eram travadas na praia do trapiche. Na época do futlama na praia do trapiche, quando esse termo se- quer era imaginado, ninguém chegava perto da pedra hoje chamada PedradoGuindaste,ondeseencontraaestátuadoPadroeiroSãoJosé. Ainda sem a imagem do Pai Adotivo de Jesus, a pedra era tida como encantada. Quando a bola caía nas proximidades dela, os garotos iam emgrupobuscá-la. Ninguémse aproximava sozinho. Os banhos, no rioAmazonas nas cercanias do trapiche, antes, du- rante ou depois dos jogos de futebol, aos domingos mudavam para foradacidade,noPacoval,hojeumdoismaisde30bairrosdeMacapá, densamente povoado. Naquele tempo a cidade acabava no campodo América, atrás da Igreja de SãoBenedito, no próprio bairro do Lagui- nho A turma de Eduardo Costa havia domingo que se aventurava ba- nhar-se muito mais longe do Pacoval, na Praia do Araxá, local atual- mente perto e urbanizado, mas com a água do rio Amazonas comprometida comcoliformes fecais, lixo e outros tipos depoluição. Às vezes aquelamolecada ia cair n´água na prainha da Fortaleza, que tinhaumfarol, e os baluartes eramcor de tijolo. Nas noites de lua vermelha e grandeEduardoe colegas batiamlatas paraomundonão acabar. Aquela garotada, aos domingos, disputavamentre si para aju- dar na Missa das Oito como coroinhas. Aliás, todos eram coroinhas e/ou escoteiros. Cumprida aobrigação religiosa, todos iamdemanhã ao cine João XXIII, que tinha sempre um seriado após o filme, e ao cine Macapá à tarde,ondeumdosrituaiseraatrocadegibisnaporta.Quandoaturma nãoiaaocinema,domingodemanhã,iaparaoprogramadeauditório naRádioDifusora,oClubedoGuri,ondeomúsicoAymoré,falecidoem 2018,acompanhavatodasastentativasdamolecadacantaraomicro- fone. Sobrefutebol,EduardoCostalembradoMacapá,AmapáClube,do CEA, LatitudeZero, doAmérica, SantanaedoTrem. Osonhode todos, porém, era jogar no Juventus, que tinha Wanderley, Magalhães e Ca- boclinho, só de goleiros, alémdo craque Orlando Torres. Sobre esco- teiros, o filhode seuHenrique comdonaNazaré acha que até hoje é a maior escola de formaçãode caráter nomundo, depois da família. Eduardo, nos escoteiros, teve as seguintes personalidades como chefes: Batintin, Mozart, Silva Luz, Clodoaldo, Humberto, Noventa e Ume Zé Roberto. Esse último foi chefe quando Eduardo era lobinho; os dois se tornaramamigos, pois foi na bicicleta do chefe que o discí- pulodeu as suas primeiras pedaladas. E Revista DIÁRIO - Edição 30 - 22 Texto: Douglas Lima

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