Revista Diário - 30ª Edição

ViverBem Doutor José Sávio S. Ferreira Médico hematologista especialista pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo com título de especialista pela ABHH ( Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular) A leucemia mielóide crônica (LMC) é uma doença clonal maligna caracteri- zada por uma excessiva proliferação da linhagem mielóide da medula óssea. Pode apresentar-se em Fase Crônica (FC), Fase Acelerada (FA) e Fase Blástica (FB) ou leu- cemia aguda conforme o seu grau de diferen- ciação celular. A doença é associada a uma anormalidade citogenética específica, o Cro- mossoma Philadelphia (Ph), que resulta de uma translocação recíproca entre os braços longos dos cromossomas 9 e 22, isto é, a t(9;22) e leva à formação de um novo gene leucemia-específico, o BCR-ABL, detectável por técnica de polymerase-chain-reaction as- say (PCR). Com os tratamentos atuais, mais de 70% dos pacientes conquistam a remissão comple- ta da doença (quando nos exames não consta mais nenhum sinal da doença). Os principais sintomas são: palidez, resul- tante de anemia; cansaço e mal-estar; descon- forto no lado esquerdo do abdômen – o baço aumenta muito de tamanho; suor excessivo; perda de peso; hematomas. Esses sintomas são comuns a outras doenças hematológicas e infecciosas, portanto, é fundamental procurar um médico especialista para uma avaliação criteriosa. É importante saber que o quanto antes a LMC for descoberta, melhor. O diagnóstico precoce é fundamental para a obtenção de me- lhores respostas ao tratamento. Em muitos casos os pacientes são assinto- máticos e apresentam apenas alteração no he- mograma ao diagnóstico. O diagnóstico é feito pelo hematologista através de exames especí- ficos como mielograma, biópsia de medula ós- sea, exames citogéneticos ( cariótipo e em al- guns casos FISH ) e ainda, o teste molecular de reação em cadeia da polimerase (PCR), uti- lizado para o diagnóstico e acompanhamento da doença. Ele mede, no sangue ou medula ós- sea, a quantidade do gene de fusão causador deste tipo de câncer, o BCR-ABL. Hoje, o tratamento para a LMC está muito avançado e a maior parte dos pacientes con- quista a remissão completa (quando não cons- ta mais sinal da doença nos exames). Os cha- mados inibidores da tirosina quinase são uma grande revolução terapêutica para doenças onco-hematológicas e hoje tornaram-se o tra- tamento padrão para este tipo de leucemia. Também chamados de terapia alvo, eles apre- sentam resultados cada vez mais promissores, pois combatem apenas as células doentes e proporcionam uma vida normal aos pacientes, com poucos (ou sem) efeitos colaterais.O mé- dico hematologista é quem definirá qual a me- lhor opção terapêutica. Revista DIÁRIO - Edição 30 - 55 Saibamais sobre Leucemia Mielóide Crônica

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