Esportes
~
'J'
Ulisseslaurlndo
~
Analista esportivo
Futebol ainda
vive de ilusão
N
as últimas quatro copas do
mundo o futebol brasileiro
saiu chamuscado no seu
prestígio, inclusive somando a ca–
tástrofe contra a Alemanha, em
2014, sucumbindo diante de seu
amado público.
As causas da queda da modalida–
de, que já teve as honras de ser a me–
lhor do mundo, decorreram da real
concepção da aplicação de uma po–
lítica desastrosa em desatenção ao
vital esquema financeiro, e desprezo
em relação às dificuldades dos clu–
bes, principais molas mestras do sis–
tema.
Com finanças destruídas, pouco
ou nada de bom os clubes ofereciam
nos espetáculos, e os clássicos, res–
ponsáveis para levar multidões aos
estádios, acabaram perdendo o anti–
go brilho.
Sem renda capaz para manter
Revista
DIÁRIO
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Edição28-
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um elenco de primeira linha, via na
venda do jogador a solução ideal pa–
ra os clubes.
A
manobra, a longo pra–
zo, foi péssima para do país.
O eldorado europeu era o sonho
dos jogadores que, impulsionados
por dirigentes, familiares e empresá–
rios, batiam asas à procura da rique–
za, refletindo, ao mesmo tempo, a
pobreza, o que ficava para trás.
Eram dois planos distintos: um
lado exibindo riqueza e, outro, o
quase caos.
Na Copa da Rússia, a exaltação de
que a seleção brasileira era aponta–
da como favorita, deu no que deu.
Mesmo longe do ideal, se fez presen–
te, mas longe do seu valor.
Os dirigentes, assim como todo
mundo, conhecem o problema e, pa–
ra Catar, em 2022, é começar desde
agora o saneamento daquele futebol
que um dia foi o melhor.