Riqueza
CláudiaOliveira
Psicóloga clínica
A Influência
damúsica no
comportamento
humano
Consultório Psiqué
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Revista
DIÁRIO
- Novembro 2015 -
5
Comportamento
CláudiaOliveira
"Semamúsica,
a vida seria umerro''.
(Friedrich Nietzsche)
Q
uem nunca se emocionou ao escutar
uma música? Quem nunca lembrou de
alguém, de um lugar, de um aconteci‐
mento ao ouvir uma música? Você já se imagi‐
nou dançando, sem o som de uma música? Já
imaginou um ilme sem uma trilha sonora? Já
imaginou uma festa sem música? Impossível,
não é mesmo? Isso porque a música gera emo‐
ções, tendo uma força enorme sobre o com‐
portamento humano.
Ao penetrar na mente de uma pessoa as
frequências desencadeiam mecanismos cere‐
brais capazes de projetar, a nível consciente,
imagens, recordações, histórias vividas, ouvi‐
das, sensações táteis, gustativas, olfativas. En‐
im, traz à tona a bagagem de informações ar‐
mazenadas na memória e que foi registrada
juntamente com uma frequência sonora mu‐
sical do passado.
As emoções geradas através da música
chegam a influenciar diretamente no sistema
imunológico. Pesquisas mostram que bebês
nas UTIs sendo expostos ao som de músicas
clássicas melhoram de forma considerável,
aumentando suas resistências. Pacientes
com a doença de alzheimer, tratados com o
auxílio da musicoterapia, podem ter estimu‐
lados os sistemas de memória.
As emoções e o sistema imunológico estão
intimamente ligados e dependentes um do ou‐
tro, por exemplo, se uma pessoa estiver emo‐
cionalmente vulnerável, fragilizada ou depri‐
mida, ou escutando uma música triste que traz
recordações infelizes, seu sistema imunológi‐
co também será afetado, provocando uma bai‐
xa concentração de anticorpos no organismo,
e por sua vez criará uma predisposição para o
desenvolvimento de doenças.
É notório, também, que a música confere
uma coesão social. Desde cedo as crianças
aprendem o “Parabéns pra você”, desde cedo
experimentam as cantigas de ninar cantadas
pelas mães, que os embalam. E isso tudo me‐
xe com emoções, lembranças e consequente‐
mente in luencia diretamente no comporta‐
mento humano.
O psicólogo Steven Pinker, da Universidade
Harvard, compara a música a uma “guloseima
auditiva”, feita para “pinicar” áreas cerebrais
envolvidas em funções importantes. Os sons
nos afetam de forma individual, manipulando
nosso humor, favorecendo a exteriorização de
nossas emoções, seja para energizar, acalmar,
promover a forma ísica.