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Revista

DIÁRIO

- Novembro 2015 -

10

M

ais que um grande passo pro issional, os alunos

do Ecam 2015 tiraram lições para toda a vida. A

maioria nem mesmo prestou o Serviço Militar

Obrigatório, portanto foi a primeira vez que entraram

em um quartel do Exército. E ainda puderam vestir a far‐

da camu lada que simboliza o soldado da Amazônia. No

segundo dia do treinamento, em 21 de outubro, eles re‐

ceberam instruções sobre como sobreviver na selva, ca‐

so possam sofrer um acidente aéreo, luvial ou mesmo se

perder numa mata.

Instrutores e monitores experientes, todos ostentando

o brevê característico de quem frequentou o Curso de Ope‐

rações na Selva, no temido e respeitado CIGS (Centro de

Instrução de Guerra na Selva), em Manaus, revezavam‐se

em dar dicas importantes para não sucumbir em um am‐

biente hostil como uma loresta tropical. Na verdade, pelo

que disseram os militares, dá para garantir condições mí‐

nimas de sobrevida até à chegada de resgate, se forem se‐

guidas as orientações corretamente.

Em um ambiente de mata, nos fundos do quartel do

34º BIS, os estagiários passaram por três instruções

distintas: “Obtenção de água e fogo”, “Obtenção de ali‐

mentos de origem vegetal” e “Obtenção de alimentos de

origem animal”. A primeira importante dica repassada

pelos instrutores foi para o instante da constatação de

que o jornalista estará perdido na mata. E a base é uma

sigla, como tantas outras que os militares utilizam para

diversas situações. “Lembrem‐se do Esaon”, dizia o pri‐

meiro sargento Constantino, experiente instrutor do

Cigs. Essa sigla é formada pelas iniciais das palavras ES‐

TACIONE, SENTE‐SE, ALIMENTE‐SE, ORIENTE‐SE e NA‐

VEGUE, uma espécie de rito para um sobrevivente seguir

em ambiente de loresta.

A experiência, apesar de ser considerada por muitos

algo diferente demais do dia a dia de um jornalista,

acabou agradando gente como o acadêmico Lázaro

Gaya. “O gosto da ração é muito diferente de qualquer

coisa que eu já havia comido antes, mas a gente icou

bem alimentado o resto do dia, pois se trata de uma

alimentação muito bem balanceada para o nível de exi‐

gência de ummilitar, que a gente sabe que é praticamen‐

te um atleta de alto rendimento”, disse o estagiário que

não hesitou em nenhuma das “amostras” que lhe eram

oferecidas a título de degustação.

RIGOR

Os recrutas doExército que são incorporados emunida‐

des da Amazônia passam por um treinamento semelhante

de sobrevivência, que inclui passar três dias na loresta ali‐

mentado‐se apenas daquilo que conseguirem retirar da na‐

tureza. “A loresta é umverdadeiro shopping center”, resume

o subtenente Jânio, que ministrou o curso no 34º BIS.

Jornalismo

Osestagiáriosprovam

alimentosquepodemser

retiradosdamata, caso

sejamvítimasdeum

acidenteaéreo, por

exemplo, comotambém

numasituaçãodeseperder

nafloresta.Osmilitares

davamas“provas”paraa

degustaçãodos jornalistas.

Estagiários

recebem

instruções

sobre como

sobreviver

naselva.