garquia assume o poder, ela está tradicionalizando o
mesmo processo ideológico oligárquico”, diz o sociólogo
Fernando Canto, enquanto Job Miranda diz que “os po‐
líticos continuam com as mesmas práticas, não mostra‐
ram novidades, mantêm o mesmo pensamento no as‐
pecto político, o mesmo pragmatismo, o mesmo indi‐
vidualismo e os mesmos modelos de sobrevivência
política”.
Para Job Miranda, podem até existir pensamentos
políticos diferentes, divergentes, mas o ‘modus ope‐
randi’ entre eles são muito parecidos. E romper com
esse círculo vicioso é o grande desafio das novas lide‐
ranças locais.
Se de um lado as oligarquias são consideradas or‐
ganizações que estão se perpetuando no poder esta‐
dual e transplantando para gerações mais novas o
mesmo modelo de gerir o patrimônio político, por ou‐
tro, vão brotando entre elas novas lideranças indepen‐
dentes das raízes familiares.
O sociólogo Fernando Canto diz ter havido mu‐
danças no modo de pensar e comportamental desses
independentes, embora seja um sinal ainda muito pe‐
queno. Porém, a sobrevivência no jogo é o grande di‐
lema.
Quando o assunto é inovação política, tanto Canto
quanto Miranda são categóricos em afirmar que ne‐
cessariamente precisam surgir lideranças capazes de
romper com os círculos viciosos das oligarquias e,
além disso, terem a capacidade de conduzir as alian‐
ças políticas para não serem engolidas por elas.
“As lideranças políticas independentes precisam
enfrentar essa realidade oligárquica. O estado precisa
de uma nova forma de condução política que não seja
aquela dos amigos do rei. É necessário um novo siste‐
ma de consciência política. É imprescindível um cré‐
dito de honestidade para que se possa melhorar as
condições sociais e gerir o real desenvolvimento que
precisamos”, acredita Fernando Canto.
Numa outra vertente, Job Miranda elege o combate
à corrupção como o maior desafio para a nova geração.
“Enfrentar a corrupção, melhorar a arrecadação,
dar outro norte para a economia, entre outros pontos,
são medidas que precisam ser tomadas. Enquanto não
se mudar alguns pontos necessários para o real desen‐
volvimento do estado e municípios, o Amapá continua‐
rá estagnado como reflexo da política que se pratica
aqui”, conclui.
Se no painel das análises políticas sobre as velhas
e novas gerações de políticos cabe perceber existirem
brechas para um novo pensamento político, vale a pe‐
na lembrar que o Amapá tem potencial humano, cul‐
tural e econômico incalculável, capaz de fazer sorrir
qualquer Bertolt Brecht da vida.
Revista
DIÁRIO
- Novembro 2015 -
77
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