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O

geólogo, advogado e am-

bientalista Antônio Feijão

(foto) questiona: “De quemé

a responsabilidade do ônus sobre

as áreas degradadas, a recuperação

da ferrovia e pelo término da cons-

trução do porto? É legítima a venda

ou foi mais uma colonização in-

glesa sobre a Índia?

Para o promotor de justiça a

transação entre a Anglo American

Brazil e a Zamin foi feita para dar

um golpe no estado do Amapá, “e

golpe do brabo”, acentua Adilson

Garcia, que no trabalho de busca

por uma solução do caso tem ido a

Brasília, participado de Audiência

Pública e integrado as sessões em

São Paulo a respeito do processo

de recuperação judicial daminera-

dora Zamin.

O promotor de justiça Adilson

Garcia diz que não consegue enten-

der o motivo ou motivos que leva-

ram a Zamin a paralisar as suas

atividades no estado, alegando in-

solvência financeira, pois aempresa

chegou a exportar 45mil toneladas

de ferro em 50 navios, faturando

mais de U$ 1,633 bilhão. E ainda

pegou empréstimo de 50 milhões

de dólares doAbanampo, e 130mi-

lhões de dólares do Abank Intesa

San Paolo, da Itália. “Pra onde foi

todo esse dinheiro?”, indaga Garcia.

Antônio Feijão, por sua vez, re-

gistra que no pátio da Zamin, em

Santana, há aproximadamente três

milhões de toneladas de ferro, e em

Pedra Branca, ummilhão de tone-

ladas do minério. Essas quantias

representam350milhões de dóla-

res. Parte do estoque de ferro esta-

cionado em Santana se encontra

emterreno emque a prefeitura da-

quelemunicípio projeta a constru-

ção do Centro de Iniciação aos

Esportes com recurso de R$ 4 mi-

lhões do Ministério dos Esportes.

Essa obra corre o risco de ser per-

dida, caso logo não seja dada uma

destinação ao minério de ferro ali

estocado.

O promotor Garcia vê que no

momento o único lastro que a

Zamin tem para o pagamento de

suas dívidas é o ferro já extraído e

que está em Santana e em Pedra

Branca doAmapari. Mas a empresa

, atravésdeadvogados, disseemAu-

diênciaPúblicaque se compromete

a pagar 50% de tudo o que deve,

num período de 15 anos. A pro-

posta, obviamente, não foi aceita.

No desenrolar dos aconteci-

mentos sempre têmaparecido em-

presas

que

dizem

estar

interessadas em comprar a Zamin.

A última ocorrência desse inte-

resse foi em fins de março, em São

Paulo, durante audiência para tra-

tar da recuperação judicial da

Zamin, que reuniu os representan-

tes dos principais credores da mi-

neradora.

Continua

Revista

DIÁRIO

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Edição 19 -

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