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Revista

DIÁRIO

- Edição 19 -

80

Manoel de Jesus FerreiradeBrito,Manoel BritoeManelão são

uma trindade de uma pessoa só. É uma personalidade

duplamente amapaense, intrinsecamente ligada à advocacia, à

polícia, à magistratura, Ministério Público e à Justiça. É o atual

presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá.

Nascido no município amapaense de Amapá, Manoel Brito

acabou sendo delegado de polícia civil por uma circunstância

adversa que lhe aconteceu. Ele foi preso, juntamente com uma

turma de colegas adolescentes, ao destruir uma das traves do

campo de futebol de sua terra natal durante efervescência num

jogo reunindo os dois tradicionais adversários do futebol local:

Fronteira e Vera Cruz.

Sentiu na pele o dissabor, a força do aparelho policial, a

fetidez da prisão. Saído da delegacia, falou consigo mesmo que

estudaria para um dia ser delegado de polícia. Fez o ciclo normal

dos estudos, passou no Vestibular e se formou em Direito na

Universidade Federal do Pará.

O gosto pelo Direito, pela Lei, pelos encaminhamentos

corretos da sociedade, ampliou a sua visão de mundo e o grande

espírito humanista que possui. Brito é um bonachão, gosta de

servir os amigos, tem uma boa conversa. Está sempre pronto a

fazer obras de caridade.

Manoel Brito, que chegou a ser preso levado pela sua paixão

ao futebol, nunca deixou esse esporte de lado. Atuou como

atacante do Fronteira, na época emque o homemgol de time de

futebol erachamadocentro-avante.Erao temor dos zagueirosdo

Vera Cruz e de qualquer outro time que enfrentasse o Fronteira.

Muito mais tarde, em Macapá, já com seus afazeres de

procurador de justiça, foi concomitantemente presidente do

Clube Atlético Cristal. Hoje, no alto dos seus 64 anos de idade,

ainda aprecia o futebol, torcendo pelo Flamengo, em nível de

Brasil; Cristal,emMacapá; eFronteiranoseuqueridomunicípiode

Amapá.

O doutor Manoel Brito já morreu, literalmente, conforme

avaliação médica. Mas ressuscitou. No tempo em que esteve

morto, questão de mais ou menos três minutos, no hospital Sírio

Libanês, em São Paulo, teve uma mirabolante experiência sobre

a qual ele prefere não discorrer para não mexer com o

sobrenatural. Antes de chegar a desembargador, Manoel foi

professor de educação física, delegado de polícia civil, chefe da

Divisão de Polícia do Interior e técnico judiciário nas comarcas de

Amapá e Oiapoque.

Foi tambémpresidente da secção amapaense daOrdemdos

Advogados do Brasil, promotor de justiça. E ainda oficial de

registro civil, tabelião de notas, tendo realizado vários

casamentos e registro de inúmeras crianças no Amapá, e

conselheiro nacional da OAB.

Manelão conseguiu o feito de ser aprovado no primeiro

concurso público da magistratura do estado do Amapá, e

nomeado para a Comarca de Amapá, mas não assumiu o cargo

porque escolheu permanecer no Ministério Público, fazendo o

caminho inverso da carreira. Detentor do Colar do Mérito

Judiciário, comenda do Tjap, e do Troféu Clóvis Bevilaqua,

concedidopelaOrdemdosAdvogados doBrasil doCeará,Manoel

Brito é umhomem realizado.

“Tudo que almejei, consegui”, ele diz, mas não deixa de citar

um dos seus sonhos, o de ser governador do estado do Amapá,

tarefa que inclusive já buscou, chegando a se lançar candidato,

mas foi impedido em razão de acordos político partidários. “Não

sei se ainda será possível eu ser governador do Amapá, mas o

homem só para de sonhar quando morre”, diz, olhando para o

horizonte.

VERSO&REVERSO

DouglasLima

E-mail:

douglasjaty@hotmail.com

MANOELBRITO,

UMJEITOPRÓPRIO

DETRANSFORMARSONHOS

EMREALIDADE