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Viver Bem

Doutor

José

S6vlo

S.

Ferreira

Médico hematologista especialista pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo com título de especialista

pela ABHH(Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia eTerapia Celular)

Leucemia linfóide crônica pode

causar anemia,

funcionamento

inadequado do

sistema imunológico

esangramentos

A

leucemia linfóide crônica ( LLC) é uma

neoplasia hematológica adquirida. Ainda

não se sabe o motivo para o seu surgimen–

to, mas, na maior parte dos casos, ela atinge pes–

soas com mais de 50 anos de idade, e até o mo–

mento não há registros de casos em crianças.

A LLC pode ser diferente dos outros tipos da

doença, já que - por mais estranho que pareça -

em alguns casos não será necessário realizar o tra–

tamento, e o paciente será apenas observado re–

gularmente pelo hematologista.

Tudo acontece quando um tipo de célula do

sangue, os glóbulos brancos, responsáveis pela

proteção de nosso organismo, passam a se desen–

volver de forma descontrolada e param de realizar

suas funções.

A doença é considerada crônica porque essa

alteração provoca o crescimento desordenado de

linfócitos B maduros (um tipo de glóbulo branco)

que, geralmente, não impede a produção das cé–

lulas normais. Ou seja, ao mesmo tempo em que

há uma produção de células com problemas, cau–

sando acúmulo na medula óssea, por outro lado

o processo de fabricação e maturação das células

saudáveis continua acontecendo.

Os principais sintomas da leucemia linfóide

crônica são: sensação de fraqueza, cansaço, perda

de peso, febre, sudorese noturna, aumento dos lin–

fonodos (gânglios linfáticos) , sangramentos e in–

fecções de repetição.

A maioria dos sinais e sintomas da LLC ocor–

re porque as células da leucemia substituem as cé–

lulas normais produzidas pela medula óssea. Co–

mo resultado, as pessoas não produzem glóbulos

vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas suficien–

tes.

A anemia pode provocar cansaço, fraqueza e

falta de ar. A leucopenia (glóbulos brancos bai–

xos) aumenta o risco de infecções. E a tromboci-

topenia (plaquetas baixas) leva a sangramentos,

por exemplo de gengivas e nasais.

As pessoas com LLC têm um risco aumenta–

do de desenvolver infecções devido ao funciona–

mento inadequado do sistema imunológico ( pro–

dução inadequada de anticorpos pelos linfócitos

B doentes).

À

medida que o número das células da leuce–

mia linfóide crônica aumenta, pode provocar o

aumento dos gânglios linfáticos, do baço ou do

fígado, causado pela invasão das células doentes

nesses órgãos.

Os sinais e sintomas descritos podem ser cau–

sados também por outras neoplasias hematológi–

cas ou infecções, dessa maneira é importante

sempre consultar um médico especialista se apre–

sentar qualquer um desses sintomas.

O diagnóstico deve ser realizado pelo espe–

cialista e, em geral, se dá pela realização de exa–

mes específicos como imunofenotipagem leuco–

citária (por citometria de fluxo) e de citogenética

(cariótipo). Além desses exames, o hematologista

pode optar por fazer o Fish (hibridização por fluo–

rescência in situ), exame bastante sensível, que

por meio de uma pequena amostra de sangue po–

de detectar uma célula anormal em meio a 700

células normais e outros exames moleculares por

técnica de PCR ( Polymerase Chain Reaction).

Em alguns casos, o paciente pode apresentar

aumento nos gânglios linfáticos (nodulações na

região da virilha, pescoço e axilas). Se isso ocor–

rer, o médico deverá pedir uma biópsia do gân–

glio, para uma melhor avaliação.

Caso o tratamento seja necessário, quimio–

terápicos como rituximabe, fludarabina, ciclo–

fosfamida, clorambucil e ibrutinibe, podem ser

utilizados. Novas drogas vêm aumentando as

chances de controle da doença por períodos

mais prolongados.

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