Viver Bem
Doutor
JoséS6vlo
S.
Ferreira
Médico hematologista especialista pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo com título de especialista
pela ABHH ( Associação Brasileira deHematologia, Hemoterapia eTerapia Celular)
Hemofilia
A
hemofilia é um distúrbio hemorrágico genético–
hereditário que afeta os homens e, muito rara–
mente, as mulheres.
Segundo dados atualizados do Ministério da Saú–
de, no Brasil temos cerca de
11.000
pacientes com
diagnóstico de hemofilia.
Esse distúrbio hemorrágico pode ser classificado
em
A
e B (Doença de Cristmas). No tipo
A
ocorre au–
sência, deficiência ou redução do fator VIII da coagu–
lação, enquanto que no tipo B, ocorre deficiência, au–
sência ou redução do fator IX.
A
hemofilia
A
é
5
vezes mais prevalente que a he–
mofilia B, e ambas são consideradas grave quando a
atividade do fator de coagulação envolvido é inferior
a
1%
em relação a sua atividade normal (isso é deter–
minado através de exame de sangue), leve quando a
atividade do fator é superior a
5%
e moderada quando
a atividade do fator está entre
1
e
5%.
Em geral é identificada nos primeiros anos de vida
quando a criança começa a se locomover de forma
mais independente e está mais exposta a traumas ou
sobrecargas em regiões como as articulações, por
exemplo (particularmente as que sustentam mais pe–
sos, como os joelhos e tornozelos).
Cerca de
50%
dos pacientes com hemofilia tem
doença grave, estão mais expostos a sangramentos es–
pontãneos e necessitam frequentemente de tratamen–
to.
Os sangramentos internos, sem duvida são os mais
temidos, porque diferentemente dos sangramentos cau–
sados por ferimentos, podem não ser imediatamente
Revista
DIÁRIO
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Edição 29-
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notados havendo demora no início do tratamento. A
hemorragia pode ocorrer em qualquer lugar do corpo
e pode danificar articulações, ossos, nervos e outros
tecidos. Podem ocorrer também na boca, nariz, face,
garganta e pescoço, e em todos esses casos deve haver
atendimento médico imediato.
Não há cura para a hemofilia, no entrando existem
terapias de controle de sangramentos, basicamente,
compostas por uso de fatores de coagulação derivados
do plasma humano ou desenvolvidos através de técni–
cas recombinantes, que possibilitam ao hemofílico a
condução de uma vida relativamente normal, com me–
nos limitações.
A
atuação dos pais e familiares ao diagnóstico e ao
longo do desenvolvimento dessas crianças é de funda–
mental importância para a melhoria na qualidade de
vida desses pacientes. Medidas como escolher brin–
quedos e roupas adequadas, socialização, pratica de
exercícios físicos que causem menor impacto como na–
tação, e até discussão de temas como sexualidade, ca–
samento e planejamento familiar, devem ser cuidado–
samente tratamentos e abordados em conjunto com fa–
miliares, pacientes e equipe multiprofissional.
Vale ressaltar, que esses pacientes devem ser ca–
dastrados nos centros de tratamento, em geral He–
mocentros ou Hospitais Regionais de referência, on–
de serão acompanhados por equipe especializada no
tratamento de coagulopatias e equipe multidiscipli–
nar. O tratamento é fornecido gratuitamente pelo
SUS. Em caso de sintomas, procure sempre um mé–
dico especialista.