Revista
DIÁRIO
- Novembro 2015 -
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Medicina
O
médico José Raul Matte faz questão de atender
onde o serviço público não chega. Quase semanal‐
mente ele enfrenta o maior rio do mundo, o Ama‐
zonas, para consultar ribeirinhos ou índios que icam
em regiões de di ícil acesso e que raríssimas vezes rece‐
bem a visita de pro issionais da saúde.
O médico de 81 anos segue desa iando a idade. Não
há tempestade ou águas agitadas que o intimidem. Em
um barquinho doado pela Cruz de Malta ele já realizou
mais de 400 missões. Assim ele chama as viagens. Até o
im do ano mais três estão planejadas. “Sinto‐me um
barquinho solto na vastidão do Amazonas, mas pilotado
por Deus”, fala o médico.
Raul Matte recebe ajuda da freira e técnica de enfer‐
magem Maria Socorro Moura desde 1972. Ela ajuda a
colher material para o exame do câncer de colo do útero,
orienta como cuidar dos dentes e distribui hipoclorito
de sódio para tratar água. “O padre leva conforto espiri‐
tual e ajuda material”, diz a irmã.
Os casos mais graves são encaminhados para a
capital. Os dois também pesquisam atentamente
manchas que denuncia a hanseníase, uma doença
comum até hoje na região. “São muitas casos aten‐
didos que precisam ser investigados por meio de
exames. Nestas situações encaminhamos para o es‐
pecialista. Os mais graves nós levamos para a capi‐
tal”, conta o médico. Alguns pacientes ficam hospe‐
dados em uma casa de apoio ao lado da casa do Raul
Matte, em Macapá.
Durante as missões Raul Matte também cuida da saú‐
de espiritual dos pacientes. Após as consultas, troca o
jaleco pela batina. Padre desde 1967 da Congregação Ca‐
miliana também leva amparo religioso. “Sempre quis me
dedicar a ajudar os mais necessitados, sem nunca aban‐
donar a Medicina. Assim venho fazendo! Aliando as mi‐
nhas duas vocações”, fala o padre.
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