Revista
DIÁRIO
-
Edição 19 -
08
Acidentes
Osriscos
da
aviaçãoregional
na
Amazônia
O
avião é o meio de transporte
mais seguro que existe – só
perdeparaoelevador – e as es-
tatísticas estão aí para comprovar.
Mas ao longo da história alguns aci-
dentes aéreos provocaram, além de
comoção, muita discussão a respeito
da segurança da aviação. No caso do
Amapá, em particular, onde muita
gente importantemorreuemaciden-
tes aéreos, a pergunta que não quer
calar é se é mais difícil voar por aqui,
na Amazônia.
Uma das primeiras tragédias de
que se temnotícia foi a que vitimou o
então deputado federal Coaracy
Nunes, o suplentededeputadoHilde-
mar Maia e o piloto Hamilton Silva –
que são hoje nomes de ruas impor-
tantes deMacapá. Eles viajavamaté a
localidade de Nossa Senhora do
Carmo, região do rio Macacoary, na
manhã do dia 21 de janeiro de 1958,
quandooaviãoPaulistinhaCAP-4em
que viajavam caiu num dia de chuva
fina. Mas antes disso, Macapá teria
outra experiência marcante com
aviões. Na verdade hidroavião, se-
gundo o jornalista e historiador Nil-
sonMontoril. Foi aprimeira aeronave
a sobrevoar a pequena Macapá, as-
sustando muita gente que jamais
avistaraalgoassimnos céus. “Teveaté
quemcorresseparaa igrejae soldado
confessando seus pecasos para a es-
posa achando que era o fim do
mundo”, conta.
DEURUIM
Outro episódio emblemático foi
quando a mineradora Icomi S.A. fez
festa para inaugurar sua pista de
pouso, mas logo no primeiro dia o
único avião a viajar para a Serra do
Navio sofreu um acidente, levando a
direção da empresa a abandonar seu
projeto de ter um aeródromo. A
aeronave perdeu o tremde pouso na
aproximação para a aterrissagem,
quando atingiu a copa de algumas
árvores. Felizmente ninguém saiu
ferido e a aeronave caída viraria
atração turística depois.
Recentemente foi o ministro Teori Zavaski, mas na história do Amapá
outras personalidades morreram em acidentes aéreos, como os então
deputados Coaracy Nunes e Dalto Martins, suscitando o debate.
Reportagem:
Cleber Barbosa
.
Político e piloto
Dalto Martins