Revista
DIÁRIO
-
Edição 19 -
11
se voar na floresta amazônica
O
piloto amapaense Jorge
Mareco, que é comandante
dos modernos jatos da
Latam Airlines, começou sua car-
reira na aviação regional, mas sai
emdefesa do setor, onde, inclusive
se deu sua formação como piloto,
no Aero Clube do Pará. Hoje, na
aviação comercial, fala dos avan-
ços e da tecnologia embarcada e o
quanto isso ajuda a segurança.
“Foi-se o tempo que voar era peri-
goso, pois hoje em dia é muito
mais seguro você sair daqui para
Belém em uma aeronave de
grande porte do que ir daqui até a
Praça Zagury de carro, quando
pode sofrer um acidente de trân-
sito”, compara o profissional.
Ele diz ainda que toda essa tec-
nologia empregada diminui dras-
ticamente a possibilidade de falha
humana. “O computador está ali
para ajudar a gente, mas claro que
na hora em que ele falha, tem lá
um ser humanos para controlar,
daí eu dizer que a gente não pilota
os aviões, a gente os gerencia”,
completa o Comandante Mareco.
ACIDENTES
Entre os registros de acidentes
fatais por aqui, antes daquele que
vitimou o deputado e piloto Dalto
Martins, em 2012, houve um em-
blemático, em2001, quando o Co-
mandante
Pedro,
recém
transferido do Mato Grosso para
Macapá, caiu comummonomotor
com duas índias e duas parteiras
a bordo. Elas viajavam de Oiapo-
que para Macapá. O piloto não
teria seguido recomendações da
torre de controle e decolou com
um das piores formações de nu-
vens que existempara a aviação, o
temido ‘Cumulonimbus’, apeli-
dada pelos pilotos como
cebezão
.
O mau tempo fez o comandante
perder o controle da aeronave,
caindo entre as montanhas, sem
sobreviventes. Os pilotos locais
disseram que naquelas condições
até é possível voar, mas não por
instrumentos, mas simum voo vi-
sual, feito pela Costa do Amapá, o
que demanda mais tempo, porém
commais segurança.
Em2013, umacidente comum
Embraer Carajá de prefixo PT-
VAQ, pertencente à empresa Fre-
tax. O avião caiu na aproximação
para o pouso em Monte Dourado
(PA), na região do Vale do Jari, ma-
tando dez pessoas, entre elas o pi-
loto José Carlos Vieira Junior.
DICAS
Mas não há motivo para pâ-
nico, afinal o gigantesco número
de pousos e decolagens compara-
dos com os raros acidentes aé-
reos atestam a segurança, então
são algumas dicas para aprovei-
tar a viagem.
– É comumo piloto falar “afive-
lem os cintos pois iremos passar
por uma forte turbulência”. Isso
não é o mesmo que falar “o avião
vai cair” é apenas para aumentar
sua segurança.
– É comum sentir um descon-
forto nos ouvidos ou ficar “meio
surdo”, para melhorar tente simu-
lar umbocejos oumasque um chi-
clete, pois o movimento de
mastigar ajuda a destapar.
Então uma boa viagem!
Queda do
avião da Fretax
no vale do Jari,
em 2013, que
resultou em
dez mortos. O
mau tempo
teria sido o
maior causa da
tragédia, pois o
piloto se
preparava para
o pouso.