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O

lavo Bilac, sob o pseudônimo Pierrot,

na Vida Fluminense, a secção do

Combate onde se encadeavam sáti‐

ras, verrinas e pasquinadas, publicou este

tópico de crueldade um pouco reles e boçal,

entre outros, onde se agridem os lorianis‐

tas, a duas mãos:

“As Lembranças da Semana, folhetim do

Jornal do Comércio, bem estão merecendo

da nossa crônica uma menção especial. O

autor das “Lembranças” é um empregado

do governo, professor de Mitologia da Es‐

cola de Belas Artes. Esse moço bem podia

ganhar e ingerir o seu ordenado completa‐

mente sem rebaixamento de caráter e sem

alusões indignas. Ele, entretanto, prefere

comer esse pão que o diabo amassou, re‐

passando‐o pela manteiga do servilismo e

da adulação. É muito pretensioso quando

pensa que incensando o marechal Deodoro

o arrasta para as bandas lorianistas, onde

a desonra impera. Talvez não seja preten‐

são, talvez seja amolecimento cerebral, pois

Raul Pompéia masturba‐se e gosta de, altas

horas da noite, numa cama fresca, à meia

luz de veilleuse mortiça, recordar, amoroso

e sensual, todas as beldades que viu duran‐

te o dia, contando em seguida as tábuas do

teto onde elas vaporosamente valsam”.

Falam‐se, à data, que o autor do tópico

era Oscar Rosa, na ausência de Olavo Bilac,

impedido por uma das costumeiras aven‐

turas boêmias, durante dois dias, um que a

cerveja tinha sido demais... verdade ou

mentira, pelo silêncio, ele sancionara a es‐

túpida agressão, assumira tacitamente a

autoria convivera com a violência inútil, fe‐

rindo o amigo de sempre.

O autor do O Ateneu, julgou injurioso o

artigo e julgando ser Bilac o autor o desa‐

iou para um duelo, para o qual Olavo Bilac

achou desnecessário.

Pompéia entrou em profunda depres‐

são. A 23 de dezembro de 1877, ao se en‐

contrar com Araripe Júnior, seu amigo e

confrade, no centro da cidade, Raul Pom‐

péia teve uma explosão de revolta pelo

mundo que o rodeava.

‐ Lama! Sinto o cheiro de lama podre até

nas conjunções das frases quando penso!

Exclamava sacudido por um ataque de ner‐

vos em desordem.

No Dia de Natal de 1895, com apenas 32

anos, veio a falecer, suicidando‐se com um

tiro no peito numa Noite de Natal no escri‐

tório da casa onde morava com a mãe.

E-mail: otonaracy@uol.com.br

OtonAlencar

Falam-se, à data,

que o autor do

tópico era Oscar

Rosa,

na ausência de

Olavo Bilac,

impedido por uma

das costumeiras

aventuras boêmias,

durante dois dias,

um que a cerveja

tinha

sido demais...

verdade ou

mentira, pelo

silêncio, ele

sancionara a

estúpida agressão,

assumira

tacitamente

a autoria convivera

com a violência

inútil,

ferindo o amigo

de sempre.

Oton Alencar,

Pastor da Igreja Assembleia de Deus, bioquímico, teólogo e advogado

ARTIGO

Ogestotresloucado

deRaulPompéia

Revista

DIÁRIO

- Novembro 2015 -

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