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mesmo nos mais longínquos e qua‐

se inacessíveis locais. Nos anos in‐

tercensitários, há uma outra pesqui‐

sa, que é a Pesquisa Nacional por

Amostra deDomicílios (PNAD), que

levanta as mesmas informações do

recenseamento, mas por amostra‐

gemde domicílios e, em cima dessa

amostra são aplicadosmétodosma‐

temáticos comoobjetivode expandir os seus resultados pa‐

ra o universo”, explica Raul Tabajara.

Para o tecnologista, há muitas informações desencon‐

tradas nessa tentativa de se desacreditar o Censo: “No caso

especí ico da questão dos ‘amarelos’ no Nordeste, algo se‐

melhante aconteceu em 1991, ao sermos alertados pelos

sistema de acompanhamento dos indicadores levantados,

aindadurante a coletados dados, sobre a incidênciade60%

da raça amarelanodistritodoLourenço. Foi imediatamente

realizada uma supervisão nos dados coletados nos setores

e, com a presença do recenseador no local, deparamo‐nos

comuma situação inusitada, epor ser uma áreade garimpo,

havia, como há até hoje, uma incidência muito grande de

malária, que deixa a pele amarelada, e isso acabou confun‐

dindo o recenseador. Em ambos os casos, as falhas foram

imediatamente corrigidas”.

Outra situação analisada por Raul Tabajara diz respeito

aos equívocos nas interpretações comrelação ao luxomi‐

gratório: “Ao contrário do que dizem, a taxa de migração

vem caindo no Amapá. Há pessoas que a irmam que todo

mês chegamno Amapá cerca demil pessoas, isso implica‐

ria 12mil por ano. Gostaria de fazer umpequeno exercício

em cima dessa suposição. Numa hipotética cidade, no dia

1 de janeiro havia cerca de mil moradores. No im do ano,

no dia 31 de dezembro, há 1.100 pessoas morando na ci‐

dade, Isso signi ica que houve um aumento de cem pes‐

soas no ano, e essas cem pessoas que chegaram corres‐

pondem a um aumento de 10%. No ano seguinte, no dia 1

de janeiro, há cerca de 1100 pessoas, no im de ano há

1200 pessoas. Houve um crescimento novamente de cem

pessoas, porémesse numero agora signi ica umacréscimo

na população de 9,09%e não 10,0%, como anteriormente.

Se continuar aumentando emcempessoas no ano seguin‐

te essa taxa já será de 8,3 %”.

Os maiores índices de migração do Amapá ocorreram

entre os anos de 1990 e 2000. A taxa crescimento do Ama‐

pá chegou a ser 5,6%ao ano, sendo amaior do país, índice

de países bemmenos desenvolvidos que o Brasil na época.

Amaioria dessas pessoas que se ixaram emnosso territó‐

rio constituiu famílias, porém seus ilhos já nasceram aqui,

apesar de ter toda carga genética e cultural dos pais, porém

são amapaenses de nascimento e não podem ser contatos

como migrantes, o que vem ocorrendo com várias pesqui‐

sas que temos observado.

Neste ano, em 28 de agosto, o IBGE divulgou as estima‐

tivas das populações residentes nos 16 municípios ama‐

paenses comdata de referência em1 de julho de 2015. Es‐

tima‐se que o Amapá tenha 766.769 habitantes e uma taxa

de crescimento acima de 2,0 % entre os anos de 2014 e

2015, enquantoque opaís cresceu0,87%nomesmoperío‐

do. Omunicípio de Macapá continua sendo omais populo‐

so, com456.171de habitantes, seguido por Santana (112,2

mil), Laranjal do Jari (45,7mil) e Oiapoque (24,2mil).

Observemque a cada quatro pessoas residentes no es‐

tado do Amapá, três moram em Macapá ou Santana. Os

doismaioresmunicípios amapaenses somam568.389 ha‐

bitantes, o que representa 74,1% da população total do

estado em 2015. Quando se soma a população dos três

maiores municípios do Amapá (Macapá, Santana e Laran‐

jal do Jari), veri icamos que concentram80,1%do total de

residentes do estado (614.101 habitantes). Portanto, a ca‐

da cinco pessoas radicadas no Amapá, quatro estão nesses

três municípios.

OestadodoAmapápossui uma áreademais de140.000

km², sendo que emtorno de 90% da população reside nas

cidades, o que signi ica quemenos de 10%da área do esta‐

do é habitada. Macapá, onde a estimativa de 1 de julho foi

de 456mil pessoas, possui uma área urbana commenos de

200 km², e seguramente quatrocentasmil pessoas residem

dentro dessa faixa, o que proporciona uma densidade de‐

mogra ia urbana do município de Macapá acima de 2.200

hab/km², número equivalente às grandes capitais. Sabemos

que há noAmapá emtorno de 140 a 160mil veículos e cer‐

tamente 120 mil circulam dentro da área urbana de Maca‐

pá, que gira emtorno de 200 km², proporcionando algo em

torno de 600 veículos/km².

Toda essa concentração de pessoas e veículos em uma

área relativamentepequena faz comque as pessoas tenham

uma falsa sensação de que todo o estado é assim povoado,

coisa que não é verdade, pois se o estado do Amapá fosse

povoado como a área urbana do município de Macapá, te‐

ríamos entre três a quatromilhões de habitantes. A capital

do Espírito Santo, Vitória, conta com população estimada

no último dia 1 de julho em355.875 habitantes.

Revista

DIÁRIO

- Novembro 2015 -

20

Censo

Asestimativaspopulacionais

são fundamentaisparaocálculo

de indicadoreseconômicose

sociaisedemográficosnos

períodos intercensitáriosesão,

também, umdosparâmetros

utilizadospeloTribunal deContas

daUniãonadistribuiçãodoFundo

deParticipaçãodeEstadose

Municípios. Estadivulgaçãoanual

obedeceaoartigo 102da lei nº

8.443/1992eàLei complementar

nº 143/2013