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Revista

DIÁRIO

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Edição 19 -

36

O

desmatamento, as queimadas e a destruição da mata

ciliar nas encostas do rio Amazonas, além do aqueci-

mentoglobal, sãoapontados comocausasdasecagra-

dual. A possibilidade de restringir a navegação de navios de

grande calado e transatlânticos turísticos em algumas áreas

doAmazonas começa a ser cogitada. Os prejuízos para a eco-

nomia regional, sustentada pelo turismo, exportação de ma-

deira, soja e pescado seriam incalculáveis. "As fontes de água

doce domundo estão emprofundo risco. Então, é claro que a

Amazônia não fica fora, pois também acaba sendo contem-

plada com um enorme conjunto de problemas que afeta a

bacia hidrográfica", diz a pesquisadora do Instituto Nacional

de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Maria Teresa Fernandez

Piedade.

OInstitutodeHidrologia,MeteorologiaeEstudosAmbien-

tais (Ideam) também lançou um alerta advertindo que o rio

Amazonas passou de 13 e 15 metros de profundidade para

seis metros em áreas onde existem estações de controle, um

acontecimento nunca antes visto. O fenômeno atinge direta-

mentemilharesdepessoas,moradorasdaspequenas cidades

ou isoladas emvilarejos localizados às margens do rio. Além

dasatividadeseconômicascomprometidaspelaestiagem, elas

igualmente ficamvulneráveis às doenças causadas pela insa-

lubridadeda águausadapara consumo. “Aqualidadeda água

deabastecimentonestesambienteséumdosproblemasmais

graves de infraestrutura sanitária e saúde das populações ri-

beirinhas”, alerta a especialista em ciências ambientais, Pris-

cila Nazaré de Freitas Brito. “A água consumida nesses

domicílios apresenta elevado risco de contaminação físico,

químicaemicrobiológica,mesmoquandoexistemtecnologias

apropriadas de tratamento”.

Conforme Maria Teresa, os sistemas de água doce são os

mais degradados domundo. Emuitos deles já não são como

antigamente graças à ação do homem. Na Amazônia, por

exemplo, apescaexcessiva levoualgumasespéciesàextinção.

O tamanho dos peixes também diminuiu ao longo dos anos.

“Estudos realizados no Inpa apontamque, das últimas déca-

das para cá, as cheias e as secas estão cada vezmais intensas

e severas na Amazônia. Isso indica que as mudanças climáti-

cas jápodemestar se fazendosentirnestes sistemas", sugere.

Estiagemdos rios

atingemilharesde

amazônidas