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Revista

DIÁRIO

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Edição 19 -

37

P

Para os cientistas Leandro Castello e Maria Teresa, os

problemas da Amazônia não estão restritos à região

norte do país. "Se os rios secam, o transporte de grãos

como a soja, que é exportada, pode ser interrompido, impac-

tando a economia nacional. A seca nos rios também afeta a

produção de energia elétrica em represas como Belo Monte.

Se essas represas param, o Sul e o Sudeste podem enfrentar

apagões", advertem.

Outropontoque preocupa os cientistas é a construçãode

represas e hidrelétricas. "Isso só vai piorar os efeitos dasmu-

danças climáticas e do desmatamento", aponta Castello. Se-

gundoele, odesmatamentoemlargaescala fazcomquechova

menos e a região fique seca. "Isso pode fazer com que a flo-

restadaAmazôniase transformeemuma florestadecerrado",

vaticina.

Segundo o biólogo do Inpa, Philip Fearnside, as observa-

çõesdeCastellosãoprocedentes. ParaFearnside, aconstrução

das últimas hidrelétricas estão provocando impactos devas-

tadoresnosistemahídricodaAmazônia. Consequênciascomo

a mudança no curso de migração dos peixes, assoreamento

do leitodorio, impactos sociaisesobreoprocessodeenchen-

tes são lembradospelopesquisador. "Umdos grandes impac-

tos é o bloqueio da imigração dos grandes bagres do rio

Madeira, uma enorme fontede rendapara apopulação, tanto

no Brasil quanto na Bolívia e Peru. Esses não migram mais,

porque não passam pelas barragens que foram construídas

naqueleestado", enfatizouao lembrarqueosprejuízos são in-

ternacionais.

Hidrelétricas

provocam

impactos

devastadores

nos

rios