tural de sedimentos, servindo de
abrigo e fonte de alimento para di–
versas espécies marinhas de ani–
mais.
Elizeu Vasconcelos afirma que a
dinâmica que se conhece dos recifes
de corais ocorre, de forma simplifi–
cada, através da relação simbiótica
das zooxantelas (algas microscópi–
cas) com os corais, na qual as zoo–
xantelas realizam a fotossíntese e
liberam nutrientes para os corais,
também auxiliando na formação de
seu exoesqueleto, por sua vez o
coral oferece abrigo e produtos ge–
rados pelo seu metabolismo a essas
algas. Simultaneamente, ainda de
acordo com ele, "as algas coralinas
cimentam a estrutura dos corais, e
as cianobactérias (algas verdes e
azuis) promovem grande parte da
fixação de nitrogênio, servindo de
alimento para os animais herbívo–
ros e que, juntamente com o zoo–
plâncton, são fonte de energia para
os carnívoros. O ciclo recomeça a
partir da liberação de novos nu–
trientes no meio".
No artigo, o consultor ambiental
assevera que as atividades petrolí–
feras que apresentam maiores ris–
cos aos recifes de corais são a
poluição por derramamento de óleo
e emissão de cascalhos provenien–
tes do processo de perfuração dos
poços de extração. "Na poluição por
óleo o impacto aos recifes pode
ocorrer de forma superficial
(quando o óleo é leve), ocorrendo o
cobrimento dos recifes, ou de forma
completa (quando o óleo é pesado),
havendo penetração de óleo por
Revista
DIÁRIO
- Edição 27 - 53
toda a estrutura do coral atingido.
Essas interações podem causar
danos agudos ou crônicos e vão de–
pender do tipo e toxicidade do óleo".
Elizeu Vasconcelos assinala,
ainda: "A recente descoberta de re–
cifes de corais na costa do estado do
Amapá tem mostrado preocupação
quanto ao futuro desse ecossistema,
visto que o processo de iniciação de
exploração de petróleo na região
está próximo. Por se tratar de um
ecossistema até então desconhe–
cido pela ciência, não existem infor–
mações sobre o estabelecimento
dos recifes de corais na região e
nem o grau de influência que o
mesmo apresenta sobre o ambiente
regional, sendo impossível realizar
um diagnóstico sobre os riscos que
a atividade petrolífera pode causar".