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Ester da Silva,

um exemplo

de superação

Uma bela senhora de 30 anos de idade, mãe e esposa, empresária do ramo de

estética. professora de língua inglesa e pós graduada em docência no ensino

superior. Essa apresentação sugere que a pessoa nasceu em berço de ouro. teve vida

fácil, família estabilizada, tempo suficiente para realizar seus sonhos com

tranquilidade. Nada disso. Ester Rodrigues de Melo da Silva éum bom fruto do amor

que existiu entre os humildes Maria e Francisco da Silva. Com frequente dificuldade

financeira, ainda teve em casa o drama da mãe que caiu doente com problemas

renais. Ela mesma doou um rim à genitora. depois de intensa batalha judicial.

Texto:

Douglas Lima

união de Francisco e Maria resultou no nas–

cimento, além de Ester, de Betuel, hoje com

32 anos, e Daniel, falecido ainda em tenra

idade. Dona Maria morreu da tenaz doença

renal; seu Francisco,

vive,

depois de susten–

tar a família vendendo fogareiros de flandres

que ele próprio confeccionava.

"Superei. Tive tudo pra desistir, mas fui

em frente", confessa Ester ao lembrar que a

infância e a adolescência dela foram de mui–

tas dificuldades. A hoje empresária passou a

primeira fase de sua vida morando de

favor,

no bairro

Pacoval, onde os pais conseguiram um teto no fundo do

quintal dos moradores do lugar.

A mãe não trabalhava fora de casa, somente o pai,

fazendo fogareiros e comercializando-os. "Os fogarei–

ros de meu pai eram muito bons; ele vendia muito,

tanto que conseguiu nos sustentar. A sorte também é

que em casa tínhamos base religiosa, o que amenizava

aquela vida sofrida", confessa Ester que aos oito anos

de idade passou a ter um anjo em sua vida.

O anjo é na forma da psicóloga e professora univer–

sitária Norma Iracema de Barros Ferreira. Quando

tinha aquela idade, a menina Ester a recebeu como sua

madrinha, pois a convivência fez com que elas passas–

sem a ter um vínculo de amizade muito forte. Desde aí

a doutora sempre está presente na vida da afilhada.

Ester da Silva com Betuel sempre estudaram em es–

cola pública. Com a mãe trabalhando fora, cabia à filha

ficar com o irmão. Ester tinha que fazer verdadeira

acrobacia para estudar pela manhã, voltar pra casa ao

meio dia e fazer comida às pressas para dar ao irmão

que ia à tarde para a escola. Depois então é que tinha

tempo para fazer os

deveres

escolares de casa.

Apesar de toda a dificuldade que enfrentava, Ester

sempre foi boa aluna, conseguia notas altas. Ganhou

várias bolsas de estudo, porém a maioria delas não

concluiu, por falta de condições financeiras. Uma des–

sas bolsas foi para Curso de Francês no Centro Estadual

de Língua e Cultura Francesa Danielle Mitterrand.

Mesmo se esforçando para vencer na vida, a bonita

garota branca de olhos claros via a cada dia as coisas

piorarem. Foi então que aos 12 anos

teve

que se em–

pregar como babá para ajudar no sustento da família.

Ela explica que na verdade não se empregou efetiva–

mente como babá, mas fazia bicos com esse metiê.

Aos 14 anos a existência de Ester Rodrigues de Melo

da Silva virou de ponta cabeça. Conheceu Genilson Pe–

reira Morais, do qual no ano seguinte engravidou,

tendo depois nascido o filho Ian Kawê. Até hoje os dois

são casados. Inexperiente no amor, com uma outra pes–

soa para cuidar e o filho para criar, Ester não se intimi–

dou. Não parou de estudar. Muito pelo contrário.

Conseguiu uma bolsa de trabalho como bolsista esco–

lar, com isso conseguindo concluir o Ensino Médio.

Porém quando recebeu o diploma do Ensino Médio

não foi um ano de felicidades.

É

que ali fora descoberto

que a mãe Maria

estava

com insuficiência renal crônica.

Revista

DIÁRIO

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Edição 27 -

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