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Após ter passado por várias hospitalizações e subme–

tida a muitos procedimentos cirúrgicos, como histerec–

tomia, foi dada a notícia de que os rins de dona Maria

tinham parado.

Assim, foi iniciado um doloroso processo para

Maria e a família, pois ela começou a fazer hemodiálise.

Não respondendo bem ao tratamento, a mãe de Ester

começou a ficar muito debilitada. Aí a filhona decidiu

doar um rim pra salvar a mãe, iniciando um outro do–

loroso processo: o transplante.

Aí Ester alcançara os 19 anos de idade. Já tinha ini–

ciado Faculdade de Licenciatura em Letras, mediante

bolsa conseguida pela madrinha Norma, numa escola

superior particular. Em meio a isso, outro golpe: os pais

se separaram. Dona Maria se uniu a Antônio Silva, com

o qual viajou para Teresina (PI), em busca da cura para

o mal que a consumia.

Ester explica que a ida da mãe para Teresina foi uma

dura decisão eivada de fé, pois o transplante em Ma–

capá não lograra êxito em razão da doadora ser muito

nova para o procedimento que só aconteceu quando a

filha de dona Maria completou 22 anos de idade,

mesmo assim com uma batalha na Justiça piauiense.

"Minha mãe foi com a cara e a coragem para o Piauí,

acompanhada de seu marido Antônio. A sua chegada

não foi fácil, pois ela não tinha dinheiro nem lugar para

ficar. Foi ao hospital, mais ali lhe negaram atendimento,

pois não tinha transferência autorizada. Após muito

diálogo minha mãe foi admitida pelo SUS no hospital

chamado Aliança Casamater, o local onde acabou acon–

tecendo o transplante", narra a sofrida filha.

Dona Maria ficou com o rim da filha durante três

anos. Ao término desse tempo o organismo dela re–

jeitou o órgão... E morreu sem ver a querida Ester se

formar na faculdade. "Infelizmente ela não assistiu a

essa conquista", lamenta Ester que, após o desenlace

da mãe, fez a sua pós graduação em docência do en–

sino superior com ajuda, em termos de pagamento,

do anjo Norma Iracema.

Sôfrega, nesse período Ester também começou a

trabalhar na estética de uma tia, Diana Batista de Oli–

veira Moreira, quem a ensinou boa parte do que hoje

ela sabe do ofício. Por tudo o que passou na vida e até

agora vivendo com apenas um rim, Ester sem dúvida

é um exemplo de superação. Ela justifica suas vitórias

com uma expressão de fé: "A minha base é Deus". Vai

além: "Também não posso deixar de agradecer minha

cunhada Gen icleia, que foi uma segunda mãe para

meu filho, quando eu mais precisei estar ao lado de

minha mãe, em Teresina".

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DIÁRIO

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Edição27 -

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