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MeioAmbiente

E

specialistas apontam outra causa determinante

para o crescimento das invasões em áreas úmidas:

o crescimento populacional está levando as famílias

de renda alta para as áreas periféricas, numa espécie de

fuga dos incômodos decorrentes da concentração de

pessoas no centro, principalmente a poluição sonora e

mesmo visual, advindo, daí, a especulação imobiliária de

barracos vendidos por valores baixíssimos e

transformados em imponentes imóveis, que são erguidos

após o aterro das áreas, cujos resultados são catastró icos

para o meio ambiente.

Para o pesquisador Antônio Feijão, outra

consequência dessas ocupações causa preocupação: a

apropriação de áreas ambientalmente frágeis e

periféricas acaba ocasionando a ixação de moradias em

áreas de proteção ambiental, criando, assim, uma

situação de ilegalidade. “Essas áreas estão sendo cada vez

mais degradadas, causando graves impactos negativos

para o meio ambiente”, alerta.

Apesar de buscar alternativas, na opinião dele

politicamente incorretas, para a realocação dessas

famílias, Antônio Feijão acusa o Poder Público de ser

omisso com relação ao crescimento de moradias em

áreas de ressaca: “Esses problemas tendem a aumentar

ainda mais, principalmente com a proximidade de ano

eleitoral, porque não há políticas públicas focadas nessa

realidade, não se aplicando, como deveria, as leis

ambientais vigentes. Se houvesse um ordenamento

urbano sério, voltado para a realidade local, os direitos

básicos da população seriam respeitados. Para isso, há

necessidade de se estabelecer uma política urbana

especí ica para as áreas úmidas, o que cessaria as

criminosas agressões ao meio ambiente e, ao mesmo

tempo, viabilizaria habitações dignas aos moradores”.

Ocupação das

baixadas nãoé feita

só por famílias pobres

Revista

DIÁRIO

- Novembro 2015 -

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