Seguran a
~
Sem fiscalização na fronteira do Brasil
com aGuiana,
Amapá fica vulnerável
eentregue
à
cobiça internacional
É
cada vez mais intenso o movimento na
fronteira entre o Brasil ea França através
dos seus 730,4 quilômetros, dos quais 427,2
quilômetros por rios, e303,2 quilômetros
por divisor de águas (linha que separa a
direção para onde correm as águas pluviais
ou bacias de drenagem).
É
a segunda
menor fronteira terrestre do Brasil, mas o
fluxo é intenso na área, talvez até maior
que amaioria das regiões fronteiriças do
país, haja vista que a falta de fiscalização
não permite aferir a entrada esaída de
pessoas ecargas no Platô das Guianas.
Texto:
Ramon Palhares
F
ala-se muito na fragilidade da fron–
teira franco/brasileira, que começa
no Planalto das Guianas numa
fronteira tríplice compreendida por
Brasil/Suriname e França/Suriname,
área conhecida como Koulimapopann
nos mapas do Instituto Geográfico Na–
cional Francês, que começa nos montes
Tumuc-Humac ao longo da divisória de
águas entre a bacia do rio Amazonas e
os rios da Guiana que desaguam no
oceano Atlântico.
São muitas as riquezas minerais nos
dois lados da fronteira contrabandeadas
entre um ponto e outro sem qualquer
controle das autoridades. "Os garimpos
da Guiana Francesa se confundem com
os brasileiros e a explora ção sem con–
trole causa prejuízos imensuráveis não
apenas ao meio ambiente, por causa do
desmatamento em grande escala da fio-
resta amazônica, e também por falta de
pagamento de royalties, sendo o Brasil,
em especial o Amapá, o mais prejudi–
cado, porque sua perspectiva de cresci–
mento econômico se projeta no setor",
diz o economista Sandro Duarte, que há
mais de uma década avalia os impactos
econômicos da mineração na área de
fronteira.
Para o especialista, a construção da
ponte binacional sobre o rio Oiapoque,
com a abertura legalizada da fronteira,
sempre gerou uma expectativa para
despertar o que chama de "economia
anestesiada da região", mas decorridos
vários anos a ponte permanece em mão
única, servindo apenas aos interesses
franceses, que controlam, embora sem
grande eficiência, o fluxo de pessoas e
veículos, porque mesmo com a assina–
tura de todos os tratados internacionais
Revista
DIÁRIO
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Edição28-
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São
muitas
as riquezas
minerais
nos dois lados
da fronteira
do Brasil
com
a
Guiana Francesa
contrabandeadas
entre um ponto
eoutro
sem qualquer
controle
das autoridades.