pelos dois países, a estrutura da
Aduana brasileira permanece
acéfala, sem a presença de um
só funcionário da Polícia Federal
(PF) e da Receita Federal (RF).
"Essa situação não tem
prazo nem a curto, médio ou
longo prazo para ser resolvida por causa da inércia
das autoridades brasileiras em função da alegada
falta de recursos, e mesmo desinteresse de controle
do fluxo migratório por entenderem que os riscos de
apropriação da reg1ao já não
mais existem nos tempos
atuais. Enquanto isso, no en–
tanto, a dilapidação das rique–
zas naturais do Brasil segue
célere e não se restringe ape–
nas à grande variedade de mi–
nérios, como também
à
fauna e
à flora, cuja exploração é proibida aos brasileiros,
com penas de prisão e multas impagáveis, mas
aberta
à
saga internacional por falta de fiscalização",
lamenta Sandro Duarte.
Contrabandode armasedrogas
Na opinião do especialista em segurança Charles Del–
mando, com larga experiência na área, o Amapá passou
a ser o maior corredor do tráfico de drogas e armas do
Brasil. "As constantes apreensões desnudam essa reali–
dade. E não se pode medir o quantitativo de apreensões
e prisões em outras áreas fronteiriças, porque se o nú–
mero é maior é justamente por causa da fiscalização exis–
tente, que não é a ideal, possui várias deficiências que
teriam de ser sanadas com urgência, enquanto que nas
fronteiras do Brasil com a França essa fiscalização é nula,
fazendo com que arrmas e drogas entrem em grande
quantidade na região e daqui seguem para outros países.
O problema, entretanto, não é só entre o Amapá e a
França. Publicações internacionais destacam que as fron–
teiras brasileiras são das mais desguarnecidas do mundo.
Para cuidar dos
15,7
mil quilômetros das fronteiras ter–
restres, o Brasil possui apenas 1.600 homens do Exército.
Especialistas defendem que ações efetivas de controle di–
minuiriam a escala e os lucros do narcotráfico, porque
forçariam o aumento do custo final da droga, o que con–
teria a sua comercialização.
Uma fonte da Polícia Federal ouvida pela reporta–
gem da
Revista Diário,
que pediu para não ter a sua
identidade revelada, afirmou que o
governo
do presi–
dente Michel Temer cruzou de
vez
os braços e assumiu
de forma escancarada a omissão. "Porque no sentido in–
verso do óbvio, cortou radicalmente o orçamento de
todos os órgãos fiscalizadores, em especial da Polícia
Federal, reduzindo drasticamente a sua presença nas
fronteiras", comentou a fonte.
Revista
DIÁRIO
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Edição 28 -
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