Violência
Crime de ódio
T
ido como "um crime de ódio", o conceito de femi–
nicídio surgiu na década de 1970 com o objetivo
de reconhecer e dar visibilidade
à
discriminação,
opressão, desigualdade e violência sistemática contra
as mulheres, que, em sua forma mais aguda, culmina
na morte. Conforme ressalta a socióloga Eleonora Me–
nicucci, ex ministra chefe da Secretaria de Políticas
para as Mulheres do governo Dilma Rousseff, "essa
forma de assassinato não constitui um evento isolado
e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte
de um processo contínuo de violências, cujas raízes mi–
sóginas caracterizam o uso de violência extrema. Inclui
uma vasta gama de abusos, desde verbais, físicos e se–
xuais, como o estupro e diversas formas de mutilação
e de barbárie".
De acordo com levantamento da Organização Mun–
dial da Saúde (OMS), um terço dos homicídios de mu–
lheres no mundo (35%) são cometidos por seus
companheiros, enquanto 5% dos assassinatos de ho–
mens são cometidos por suas parceiras. A projeção da
Organização das Nações Unidas (ONU) é de que 70%
de todas as mulheres no mundo já sofreram ou irão so–
frer algum tipo de violência em algum momento de
suas vidas. Em 2016, um terço das mulheres no Brasil
(29%) relataram ter sofrido algum tipo de violência,
das quais apenas 11
%
procuraram uma delegacia da
mulher e em 43% dos casos a agressão mais grave foi
no próprio domicílio.
Revista
DIÁRIO
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Edição 28 -
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